Menu
Menu
Busca quinta, 25 de abril de 2024
Entrevista A

“Campo Grande vive outro momento”, diz João Rocha

Confira a entrevista com o presidente da Câmara

13 março 2017 - 12h00Redação

O presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, destaca que a boa relação com a prefeitura tem agilizado os trabalhos em Campo Grande e que o cidadão começa a ficar mais otimista. Ele ainda sobre a operação Coffee Break e defende os trabalhos realizados pela comissão de cassação do ex-prefeito Alcides Bernal. Para melhorar o acesso à população, garantiu que as sessões itinerantes continuarão a ser realizadas nos bairros nesta legislatura e acrescentou que a Casa de Leis tem agora um aplicativo, para que as pessoas possam registrar reclamações e fazer solicitações, além de página no Facebook, para divulgar os trabalhos dos vereadores.

JD - Toda vez que se inicia uma nova legislatura, sempre temos um bom número de vereadores em primeiro mandato e que às vezes desconhecem os rituais de tramitação, procedimentos... Como a Câmara se preparou para otimizar essa questão?

João Rocha - Na verdade nós oferecemos aos vereadores que chegaram em primeiro mandato um curso, um seminário, para que eles tivessem todas essas informações sobre o regimento interno, sobre a lei orgânica, sobre as questões administrativas, financeiras da Casa  também dos gabinetes para minimizar esse impacto de informação. Mesmo assim, o exercício do mandato no dia-a-dia, o trabalho no plenário é que vai realmente capacitar e amadurecer esses novos vereadores. Então o que podíamos fazer de imediato era essa capacitação e acredito que rapidamente eles vão perceber como funciona, como é o fluxo, todo o trâmite de projetos e também a questão administrativa e financeira.

JD - A quem diga que com o fim do mandato do ex-prefeito Alcides Bernal, até o ar que se respira na Câmara se tornou diferente. É verdade?

João Rocha - A cidade vive um outro momento. Esse relacionamento que está acontecendo entre o Executivo e o Legislativo, que nunca deveria ter deixado de existir, já está irradiando por toda a cidade. Nós percebemos os cidadão mais otimistas, a cidade respira um novo momento. Eu acredito muito nesse trabalho em parceria, que o prefeito Marquinhos Trad pretende implementar e a Câmara, como Poder Legislativo, cumprindo com suas obrigações, também vai estar, como sempre esteve, à disposição para contribuir com a cidade.

JD - A prefeitura lançou e vai começar a executar o reordenamento do trânsito na avenida Mato Grosso com a Via Park. Já há uma ação de recapeamento junto com o Governo do Estado. O senhor acha que esse pode ser o norte para Campo Grande retomar o desenvolvimento?

João Rocha - Não tenho dúvida. O momento, como eu já disse, é de união, de unidade. O Governo do Estado estendeu a mão para  o prefeito. Evidentemente que o prefeito também foi buscar esse apoio. A nossa vice-governadora, que disputou a eleição, estava ao lado do prefeito eleito na primeira reunião com o governo e com a bancada de vereadores que estavam presentes. Isso é uma demonstração para a cidade de que hoje homens e mulheres públicos têm de pensar primeiro na população, na responsabilidade que é ser um gestor público para poder fazer as entregas que o cidadão espera que chegue à porta de sua casa, dos serviços públicos que é de direito do cidadão em razão dos impostos que ele paga. E nem sempre os recursos são suficientes e então é necessário que se busque ajuda, que se busque parceria, e o Governo do Estado está pronto para atender a prefeitura de Campo Grande.

JD - A operação Coffee Break, que causou uma série de transtornos na legislatura passada, foi praticamente detonada no parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que escreveu que não há indícios de crime e inclusive arquivou as acusações contra o ex-vereador Jornal de Domingo - Elizeu Dionizio, que era relator da Comissão de Cassação na época. Como o senhor vê essa mudança de rumo?

João Rocha - Na verdade nós sempre estivemos muito seguro de tudo aquilo que aconteceu nessa Casa. Tanto que é que não só eu, como vários colegas também repetiram isso, que se precisasse, faríamos tudo novamente, exatamente da maneira como foi feito. Foi feito dentro dos parâmetros legais, foram tomados todos os cuidados para que não se cometesse injustiça, pelo contrário, trabalhamos para que justiça fosse feita. Nós estávamos antevendo tudo isso que aconteceu na nossa cidade quando tomamos aquela decisão, baseada em provas, numa CPI, ninguém entrou direto num processo de cassação. Primeiro, fizemos a CPI, foram levantadas as irregularidades e foi comprovada a improbidade administrativa, tanto é que, volto a insistir, os relatórios foram aprovados pelo Tribunal de Contas, pela Controladoria Geral da União, pelo próprio Ministério Público Estadual e, para nossa surpresa, houve realmente uma reviravolta no sentido de levantar essas suspeitas sobre a lisura do processo que se fez aqui na Casa. Na verdade o procurador-geral da  República, Rodrigo Janot, foi contundente no seu parecer à luz daquilo que todos nós sempre tivemos a consciência de que estávamos fazendo o que era correto e cumprindo com nossas obrigações.

JD - O senhor é vereador há três legislaturas. O que mudou nesse tempo? É mais difícil ser vereador hoje, com mobilizações mais contundes, redes sociais...

João Rocha - Eu vejo com muita felicidade isso. Estou na política acreditando que podemos mudar esse país e mudamos por meio da informação. A imprensa é extremamente importante para cumprir esse papel, informando o cidadão, a cultura política melhorando, em que o cidadão entende os seus direitos e deveres, em que o cidadão entende o que é ser um vereador e que ser um vereador é representar a população. A forma como a notícia caminha, a divulgação, a capacidade de mobilização fazem com que a população participe mais ativamente da vida pública da cidade, do Estado, do país, e nós, enquanto políticos escolhidos nas urnas livremente pela população, precisamos fazer as entregas. As entregas mais importantes são a entrega da credibilidade, da respeitabilidade, da legitimidade dos seus atos enquanto homens e mulheres públicos.

JD - É possível agradar todo mundo?

João Rocha - Nem Jesus agradou todo mundo, mas quando você assume responsabilidades públicas, que é o nosso caso como parlamentares, temos de ter convicção daquilo que estamos fazendo, temos de nos preparar cada vez mais, temos de estar bem informados, precisamos estudar as questões que vamos debater e defender, para que possamos fazer com propriedade, com domínio do conhecimento e, acima de tudo, com muita consciência de  que estamos fazendo o melhor que podemos.

JD - Como o senhor vê o desempenho da liderança maior do seu partido, que é o governador Reinaldo Azambuja?

João Rocha - Reinaldo pega uma época extremamente difícil para o país. Essa crise que assola o Brasil é uma das maiores crises da República. Como gestor nato, até pela sua atuação na vida particular, ele está procurando organizar o governo, colocar a casa em ordem , criar a sustentabilidade do governo para que, a partir dessa estruturação, nessas garantias de cumprir com as suas obrigações básicas, possa estar entregando à população todos aqueles compromissos que ele firmou durante a sua campanha. Nós acreditamos que está caminhando bem, ainda tem um período para trabalhar e está fazendo as reformas que ele entende que são necessárias e não tenho dúvida de que ele vai fazer as entregas que ele prometeu à população e que vai concluir o mandato mais fortalecido que quando entrou no governo.

JD - A Câmara continuará realizando as sessões itinerantes?

João Rocha - Com certeza. Foi uma ação bem aceita pela população e gratificante para nós vereadores por termos a oportunidade de caminhar pelos bairros, visitar os equipamentos públicos, cumprir com nosso papel, que também é de fiscalizar, acompanhar e de poder estar mais próximo da população.  A Câmara precisa ser mais participativa e é nessa esteira que estamos caminhando. Vamos dar continuidade a esse tipo de ação e a outras ações, como essa parceria com a prefeitura e a Cassems no combate ao mosquito Aedes aegypti. E assim a Câmara vai trabalhar também com a escola do Legislativo, que é uma ferramenta importante no sentido não só de capacitar os próprios servidores da Casa, mas também de oportunizar à comunidade cursos que possam vir a melhorar o conhecimento do cidadão.

JD - Os problemas da comunidade, da cidade, chegam aos vereadores de forma muito rápida. O município muitas vezes não tem dinheiro para atender esse problema que vocês apresentam e, quando tem, há toda uma burocracia e demora alguns meses para atender essa demanda. É possível exercer um mandato sem gerar certa frustração?

João Rocha - Creio que a frustração advém da falta de atitude. O fato de você buscar a população, de receber a população, nos leva a imprimir uma demanda de necessidades, porque a cidade constantemente está necessitando de serviços públicos e a cidade é dinâmica, é viva. A burocracia do poder público existe, não há como fugir dela, mas quando há vontade política de fazer, quando há esse bom entendimento entre o Executivo e o Legislativo, nós temos condições de entregar num espaço de tempo consideravelmente curto aquilo de que a população está precisando. Então é necessário planejamento, é necessário organização  e esse relacionamento entre a Câmara e a prefeitura é fundamental para que possamos dar celeridade no sentido de fazer chegar ao cidadão aquilo que ele está esperando.

JD - Sobre utilização do aplicativo que a Câmara está disponibilizando para facilitar a comunicação com os munícipes, a estrutura interna é preparada para uma velocidade tão grande de demandas que vocês terão?

João Rocha - A Câmara tem o papel de fazer o encaminhamento dessa demanda,  que é uma ferramenta que o vereador tem que são as indicações, e o canal que o cidadão pode utilizar é esse aplicativo, que nós disponibilizamos. Os vereadores têm em seus gabinetes um grupo de pessoas preparadas para atender e dar suporte a toda a demanda que vem do cidadão. Essas pessoas vão prestar esse atendimento e fazer o contato com a prefeitura, nas secretarias, para que o mais rapidamente possível sejam solucionadas as questões.

JD - A comunicação digital da prefeitura com a população parece estar dinamizada. Que outras possibilidades estão sendo disponibilizadas pelo cidadão para acompanhar o Legislativo?

João Rocha - Temos de trabalhar no sentido de duas mãos. Oferecer a oportunidade para a população acessar de forma mais célere a Câmara  e também a Câmara tem de estar disponibilizando esse acesso para que a população acompanhe nosso trabalho. Para isso, nós temos todas as ferramentas sociais, como Facebook, que transmite as sessões ao vivo. É nessa forma de buscar ser o mais dinâmico possível, o mais transparente possível que estamos trabalhando para fortalecer cada dia mais a imagem da Câmara Municipal de Campo Grande e demonstrar o comprometimento que os vereadores têm para com os munícipes. 

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Mais Lidas

AGORA: Capitão do Batalhão de Choque morre na Capital
Polícia
AGORA: Capitão do Batalhão de Choque morre na Capital
Ronaldo Sorana
Entrevistas
JD1TV: Sicredi inaugura "super agência" na sexta
 Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) -
Justiça
MPMS investiga fraude em concurso da prefeitura de Sonora e recomenda suspensão
Piscineiro tem convulsão, cai em piscina e morre afogado
Polícia
Piscineiro tem convulsão, cai em piscina e morre afogado