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Entrevista A

“Toda crise traz oportunidades”

Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica Eduardo Riedel destacou ações do governo em meio a crise

14 agosto 2017 - 11h23Da redação

Mato Grosso do Sul vive uma das fases mais difíceis de sua história. A queda de arrecadação com a compra do gás boliviano impôs ao estado um prejuízo milionário. Em entrevista o Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, explica como o governo está driblando as dificuldades e conseguindo se manter intacto apesar dos escândalos nacionais que acabaram atingindo diretamente o Estado. Riedel , que foi presidente da Famasul  e é atual vice-presidente da CNA,  também dá uma aula de otimismo e salienta que o importante é perceber oportunidades em meio a crise. Confira:

Jornal de Domingo – Voce vem de uma experiência como dirigente de uma federação, uma entidade classista e hoje está em uma função política . Qual a diferença?

Eduardo Riedel - Eu encaro os desafios de maneira muito . A gente realmente está atravessando um momento complicadíssimo da vida pública nacional, com dificuldades no âmbito fiscal em todos os estado da própria união e isso é um grande desafio. Se  torna um desafio de realização, um desafio político diante de todo esse cenário que a gente tá vivendo, mas eu acredito que com muito trabalho, muita determinação e especialmente trabalhar com uma pessoa como o governador Reinaldo, que está em uma diretriz muito clara, muito objetiva, facilita pra gente alcançar os objetivos. Lógico que a dinâmica é completamente diferente. Mas a frente da federação eu também tive a oportunidade de conhecer os 79 municípios, conhecer  as lideranças de cada um deles, então acabou sendo uma escola, uma experiência na gestão desses interesses, à época classistas, pra poder ajudar a enfrentar esse desafio. Você passa a lidar com uma agenda basicamente política, mas calçada em um modelo de gestão que desde o início se procurou implementar nos  estado e tivemos sucesso nesse processo.  Hoje o estado tem uma estrutura de gestão muito bem definida, muito bem determinada. Cada secretaria sabe exatamente aonde tem que chegar.

Jornal de Domingo – O pagamento em dia da folha dos servidores é talvez a maior bandeira no Reinaldo.. Corre-se o risco  de se perder essa bandeira no mês de dezembro, com o décimo terceiro atrasando?

Eduardo Riedel - Nós vamos trabalhar ao máximo para que isso não ocorra. A nossa gestão é focada em cima dos resultados, mas o maior percalço que nosso estado está enfrentado em 2017 é a situação específica do gás, que é internalizado no Brasil através da Bolívia. E isso representava 18% da maior receita do Estado que é o ICMS, que chaga a 84% da arrecadação total do Estado, e isso foi frustrado. Nos primeiros seis meses desse ano mais de R$ 140 milhões, comparativos a 2016, deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos em função dessa mudança de política da Petrobras. Sem dúvida, isso gera um impacto muito grande e não foi possível fazer o provisionamento do 13º em função basicamente dessa situação, porque as outras áreas e o que estava previsto conseguiu ser equalizado e está avançando normalmente. Agora, nós estamos buscando alternativas. O governo não  está parado esperando chegar dezembro. Nós estamos trabalhando com fundo de estabilidade, nós estamos discutindo e renegociando com o BNDES alguns compromissos que nós temos com ele, estamos buscando onde estiver espaço uma condição para que a gente chegue dezembro em condição de pagar ao 13º. É muito difícil a gente hoje, ainda em agosto, até diante desse cenário muito ruim que a economia do país vive, conseguir dar garantias e certezas em relação a isso. O que a gente garante e dar certeza é do empenho total e dedicação total par que a gente chegue dezembro cumprindo com essa obrigação.

Jornal de Domingo – O ex senador Delcídio do Amaral está fazendo falta nessa negociação do gás?

Eduardo Riedel - Eu acredito que nesse momento a conjuntura em relação a política da Petrobras mudou completamente. O Brasil era um até 2014, 2015. O Brasil é outro completamente diferente. Sem dúvida nenhuma que os quadros que o estado tinha e os quadros que o estado tem em relação a sua representação federal, são muito positivos. Nós não temos o que dizer da atuação do Senador Moka, da Senadora Simone e do Senador Pedro Chaves. A grande questão é que houve uma mudança profunda na condução da Petrobras, isso é um fato. Não só a política, mas a economia nacional mudou e nós estamos enfrentando uma agenda nacional de reformas estruturantes extremamente profundas, que vão impactar em toda a gestão do público brasileiro. Nós passamos por uma reforma trabalhista, estamos retomando uma discussão sobre a reforma da previdência. Não só os estado, mas a própria União não tem mais como suportar a projeção de despesa em relação a previdência. As grandes empresas brasileiras, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, a atuação do BNDES, tudo isso foi revisto. Então eu não acredito que uma liderança política A,B ou C iria fazer frente diante da necessidade das mudanças que estão sendo colocadas. Eu acho que é importante no Brasil que essas ações estejam sendo conduzidas. O senador Delcidio teve um papel fundamental à época da representação dele, mas eu entendo que essas mudanças não há liderança que iria interrompe-las ou mudar o eixo delas. Até porque, hoje o conjunto do entendimento da representação federal é na linha que está sendo adotada.

 

Jornal de Domingo – Como fica a agenda do governo depois  das delações de Joesley , ela mudou?

De maneira alguma. Acho que desde a notícia em si da publicação dessas delações o governador deu uma coletiva, eu dei outra  e foram muito assertivas no que diz respeito a atuação do governo. Daqui pra frente o advogado pessoal do cidadão Reinaldo Azambuja cuida dessas discussões e o governo vai cuidar de governar Mato Grosso do Sul. É o nosso foco. Nós estamos em uma agenda extremamente positiva, com entrega dessas obras, com ações estruturantes no Estado para que a gente possa fazer tudo isso que tem discutido. E o governador não perde um minuto da sua agenda pública e da sua agenda de gestão do estado em relação ao tema. Essa é uma discussão que está no âmbito do jurídico específico dele. Nós estamos tratando de governar do Estado que é nossa obrigação, é o que a população espera e é o que nós estamos fazendo.

 

Jornal de Domingo – Existem duas equações que estão sendo tratadas que podem ajudar a resolver o problema financeiro no Estado de caixa: BNDES e Lei Kandir. Isso é PA quando?

Eduardo Riedel - As discussões quando elas são feitas numa mudança muito estruturante é natural que tome um tempo. O BNDES por exemplo, uma das linhas já está em andamento,  evoluiu muito bem. A outra ainda depende de uma discussão com o Ministério da Fazenda e com a própria autorização do Ministério da Fazenda. A Lei Kandir é um assunto muito mais político, é uma decisão que o Governo Federal tem que. Essa sim, que acho que tem um tempo de maturação maior, mas o governo está sofrendo uma pressão muito grande por parte dos governadores, por parte do congresso, para rever esse posicionamento. O estado de Mato Grosso do Sul deixou de receber R$ 6 bilhões ao longo desse tempo. É quase o tamanho da dívida integral do estado. Então é uma situação extremamente delicada e se você vai discutindo com cada um dos estados, todos eles foram extremamente prejudicados na reposição que o Governo Federal tem que fazer aos estados. Então a pressão aumenta, é uma discussão política, mas que provavelmente terminará com a reavaliação do Governo Federal e do próprio Congresso Nacional em relação ao tema.

Jornal de Domingo – Nesse quadro atual há espaço para o otimismo ainda?

Eduardo Riedel - Acho que toda crise, pode parecer chavão ou clichê, mas é a mais pura verdade, ela traz oportunidades, ela traz situações que a gente tem que entender com otimismo e o Brasil  está passando por isso. Todo mundo de cabeça baixa, o maior nível de desemprego da história do país, dois anos de recessão, indo para três de baixíssimo crescimento. Mas onde é que está o otimismo nessa história? Numa perspectiva de mudança de modelo. É essa talvez a grande ação que vá resultar de toda essa conjuntura. Não é uma oportunidade ou específica para A, B ou C é uma oportunidade de mudar o Brasil. Eu tenho convicção que as pessoas estão parando para pensar um pouco na sua conduta pessoal. Todas elas, como cidadão. Então se a gente tem que ter algum otimismo , e esse é o que eu tenho, é que o ambiente está extremamente favorável a mudanças e a mudança é necessária no  país de hoje.

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