Em algumas empresas, quem se torna mãe pode ter benefÃcios como trabalhar de casa, reduzir o horário do expediente, afastar-se em licença não remunerada, receber auxÃlio financeiro para babá ou utilizar berçários e creches da própria companhia.
A polÃtica de benefÃcios, porém, não pode ser vista como favor à s funcionárias, afirmam especialistas.
Se, de um lado, as mulheres se sentem mais seguras com o filho próximo a elas, de outro, empresas ganham tanto em atração e retenção de funcionárias como em aumento de rendimento.
O berçário no qual as trabalhadoras da Bombril podem deixar seus filhos de até dez meses, por exemplo, é um atrativo para novas funcionárias, diz a gerente de recursos humanos da companhia, Márcia Mazzetto.
A analista de planejamento estratégico-financeiro Lucimara Ramirez, 35, tem deixado seu filho, Rafael, de cinco meses, no berçário da empresa durante o expediente.
"Ele é um bebê que ainda depende totalmente de mim. Depois de ficar quatro meses em casa cuidando dele, só voltei ao trabalho porque pude trazê-lo", diz Ramirez.
A analista afirma ter acelerado o ritmo de sua produção para poder permanecer mais tempo ao lado do filho, que visita cerca de quatro vezes durante o expediente.
"Quando ele chora mais do que o normal, as enfermeiras me chamam para ficar com ele", afirma.
Para a coordenadora do centro de carreiras da pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Adriana Gomes, o crescimento profissional depende não apenas da competência das trabalhadoras mas também do suporte oferecido a elas pela empresa.
"Muitas vezes, a ascensão da carreira de uma executiva só acontece quando há espaço dentro da organização para conciliar os papéis de mãe e de profissional", analisa.
Para ela, os benefÃcios a gestantes e a mães de crianças pequenas são uma forma de combater o preconceito com a maternidade dentro das empresas.
180 dias de licença às mães
No setor público, União, 23 Estados e 152 municÃpios concedem 180 dias de licença-maternidade à s suas servidoras. No setor privado, cerca de 10,5 mil grandes empresas oferecem o benefÃcio -- 6,7% das 160 mil, segundo estimativa da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
O ritmo de adesão ao benefÃcio estendido na iniciativa privada é lento quando comparado aos órgãos públicos, segundo Valdenise Tuma Calil, da assessoria de licença-maternidade da SBP.
Para ela, contudo, é preciso considerar que o programa que permite a empresas estender a licença foi regulamentado em janeiro de 2010. Órgãos públicos podem ampliar a licença-maternidade desde setembro de 2008.
Atualmente, por lei, apenas as empresas enquadradas no sistema de lucro real podem aderir ao programa Empresa Cidadã _geralmente grandes corporações. A participação hoje é facultativa e garante às mães dois meses adicionais aos 120 dias de afastamento.
Há um projeto de lei que amplia esse tempo para 180 dias. A proposta, porém, aguarda votação na Câmara há seis meses, sem previsão para votação. Depois, segue para sanção presidencial.
Na Procter & Gamble, a licença de um semestre acaba de ser adotada, e a diretora de marketing, Danielle Panissa, 32, que está no sétimo mês de gestação, pretende usufruir do tempo a mais.
Panissa está na empresa há nove anos e sairá de licença pela segunda vez _sua filha mais velha tem dois anos.
Quando estava com um mês de gravidez, foi promovida. "Imaginei que esperariam eu voltar [da licença] antes de me promoverem."
Para ela, seis meses com o filho servirão para ter mais segurança em relação à independência do bebê quando tiver que voltar ao trabalho.
Ela diz que o marido, que é piloto, trocou de escala e ficará mais com a criança.
Com informações da Folha de São Paulo.
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