Cresce entre os brasileiros a opção pelos empréstimos com garantia de imóvel. Com juros menores, a modalidade é indicada para quem precisa de recursos a fim de abrir ou ampliar um empreendimento ou mesmo quitar dívidas mais caras, como as contraídas no cartão de crédito ou no cheque especial. Economistas alertam, porém, que é preciso estar atento ao custo total da operação, valores cobrados pela instituição que concede o crédito e outras despesas, como o registro do contrato que transfere o imóvel dado em garantia para o nome da empresa que emprestou o dinheiro.
Com taxas de juros a partir de 1% ao mês, quando a média do consignado, a mais barata das linhas tradicionais, é de 3,5%, o empréstimo com garantia de imóvel tem ganhado espaço nas carteiras das instituições que oferecem o produto.
Só a Caixa Econômica Federal, que tem a linha desde 1966, em 2010 emprestou R$ 317 milhões, aumento de 379% em relação a 2009.
O Banco Intermedium, que tem no produto seu carro-chefe, registrou crescimento de 120% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e igual período de 2010, com o volume de empréstimos na casa dos R$ 85 milhões.
A Brazilian Mortgages, que administra o BM Sua Casa, também especializada no produto, terminou 2010 com R$ 320 milhões emprestados, 82% a mais que em 2009.
Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), afirma que a taxa de juros é menor porque a garantia é o imóvel que o tomador do financiamento transfere para o nome da instituição em um sistema chamado de “alienação fiduciária”.
Por este mecanismo jurídico, aprovado em 1997 e implantado definitivamente no Brasil em 2004, enquanto o débito não é quitado, o imóvel fica “alienado” à instituição credora, que pode “tomá-lo” em questão de dias se a dívida não for honrada.
Oliveira lembra que o consumidor deve pesquisar o custo efetivo total da operação em cada banco, isto é, todas as taxas cobradas. Ele observa, ainda, que há custos da realização de um novo contrato, no qual a propriedade do bem é passada para a instituição que concedeu o crédito, e do registro do documento em cartório. As instituições também cobram pela avaliação do imóvel, além da incidência de 3% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Para o executivo da Anefac, o prazo do financiamento é uma das vantagens da modalidade. “Enquanto a maioria das linhas de crédito fica mais cara para período superior a 24 meses, esta permite concessões até 360 meses”, observa Oliveira.
Ricardo Torres, professor de economia da Brazilian Business School (BBS), sugere que a operação só seja realizada de maneira programada, para a ampliação de um negócio ou atividade que propicie renda ou em momento de extrema necessidade. “Trata-se, às vezes, do único imóvel da família, que a pessoa irá perder se não honrar o pagamento”, diz.
Ricardo Lerche Eleutério, professor de economia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), vê a modalidade como uma alternativa no combate a dívidas com juros maiores como cheque especial ou cartão de crédito.
Eleutério observa, porém, que se há urgência do dinheiro, talvez o tomador tenha de optar por outro tipo de financiamento, de liberação mais rápida. “Quando há imóvel como garantia, o processo de avaliação e registro em cartório pode levar mais tempo, de 20 a 30 dias”, avalia.
O supervisor financeiro Alexandro de Souza, 36 anos, utilizou o produto para reformar um imóvel que pensava em vender, mas não encontrou proposta que o agradasse. Em abril de 2010, ele financiou R$ 120 mil em 120 meses, dando em garantia o imóvel que receberia as melhorias, avaliado em R$ 600 mil. Segundo ele, entre o primeiro contato com a instituição e a liberação do dinheiro passaram-se 35 dias.
Souza alerta que a linha só é indicada para pessoas com trabalho estável e renda mensal fixa. “Deixar de pagar, nem pensar porque o risco de perder o imóvel é real”, diz supervisor financeiro.
Com informações da Agência Estado.
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