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Brasil

Nova Friburgo sofre com racionamento de comida; mais de 600 já morreram na região

16 janeiro 2011 - 12h05
Depois da tragédia provocada pelas chuvas e dos boatos sobre novos deslizamentos, a população de Nova Friburgo, na região serrana do Rio, começou a sentir os efeitos do racionamento de comida. Mais de 270 pessoas já morreram na cidade, na região são mais de 600 mortos. Supermercados do centro da cidade limitam a entrada de compradores e criaram cotas para a compra. "As pessoas estão com medo. Chega ajuda, com caminhões de abastecimento de água, mas elas temem que possa faltar. Não há desabastecimento", disse a psicóloga Elizabeth Hermanson, 61. No centro, a maioria dos estabelecimentos está com as portas fechadas, com receio de saques. Um dos poucos locais abertos restringiu as compras a três itens por pessoas. O racionamento levou à disparada de preços. Em Campo do Coelho, localidade de Nova Friburgo, uma vela custa R$ 9, e o litro do leite, R$ 6. As autoridades alertaram a população de que não há razão para se fazer estoque de comida. A todo instante novas doações chegam na cidade. A reportagem presenciou a chegada de dez toneladas, em comboios de 17 carros levados por grupos da igreja Testemunhas de Jeová. Na cidade, 30% dos moradores estão sem luz e sem telefone. No total, Nova Friburgo conta com 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados. Em toda a região serrana do Rio são ao menos 13.830 pessoas que perderam casas ou estão fora de suas residências. Já Teresópolis se recupera do susto causado por boatos de que estariam ocorrendo saques em lojas. Faltou água, o que deixou boa parte do comércio de portas fechadas. Segundo a prefeitura, 80% das plantações foram destruídas pela chuva. O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial por sete dias. RISCO Reportagem publicada na edição de sábado (15) da Folha mostra que um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense. A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra. O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas. O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados. O coordenador de Defesa Civil de Petrópolis afirmou que o aviso passado pelos institutos de meteorologia não foi suficiente para disparar o sistema de alerta da cidade. Segundo o coronel Carlos Francisco De Paula, a previsão repassada pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), com possibilidade de ocorrência de chuvas moderadas a fortes, não dava a dimensão da chuva que acabou devastando boa parte das cidades serranas. SUSTO O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sentiu ontem na pele o efeito das chuvas na região serrana. Com visita programada a Nova Friburgo para as 11h, ele não conseguiu pousar na cidade de helicóptero e teve que descer em Cachoeiras de Macacu, a 40 km. No meio do caminho, na rodovia estadual RJ-116, caiu uma chuva forte e houve um deslizamento abaixo do nível do asfalto, que começou a se desfazer. "É assustador. De repente a água vem e a estrada que estava semibloqueada começa a ruir", disse Cabral. Foi decretado luto oficial de sete dias no Estado e de três dias no Brasil. Anteontem (14), Cabral afirmou hoje que haverá o momento de se fazer "autocrítica" e "avaliação" sobre a tragédia na região serrana, mas ainda não é hora. Fonte: Folha Online

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