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Cultura

Crianças aprendem a ler e escrever observando pássaros em Cubatão

23 agosto 2012 - 09h54Divulgação / Prefeitura de Cubatão

Cerca de 50 crianças de Cubatão, no litoral de São Paulo, com idades entre 4 e 6 anos, estão estudando de um jeito diferente na Unidade Municipal de Ensino Estado de Alagoas. Com binóculos e movimentos atentos em direção as árvores, as crianças tem como objetivo identificar espécies de pássaros. No parque do colégio, que os alunos carinhosamente apelidaram de observatório, eles participam de aulas ao ar livre e cuidam de pássaros da Mata Atlântica.

Tucanos, papagaios, beija-flores e pássaros de diversas espécies são visitas frequentes na escola que fica no bairro Pinheiro do Miranda, localizado nas encostas da Serra do Mar. O canto e as cores dos pássaros que passam por lá fizeram surgir o projeto Passarinhando. A ideia das professoras Roberta Petin, Marisa Fróes Gonçalves e Ana Paula Santos Coutinho surgiu durante uma conversa em uma rede social. Elas decidiram resgatar um desejo antigo de incluir a educação ambiental no dia a dia das crianças e, desta forma, promover a iniciação à leitura e à escrita. “Tudo que a gente faz não fica só no papel. A gente tem um espaço muito grande aqui”, diz a professora Roberta.

Não foi preciso muito esforço para colocar as crianças em contato com a natureza, já que é possível ouvir os passarinhos nas janelas das salas. As professoras e alunos começaram a investigar as espécies, a colocar alimentos para os pássaros, além de observar sua rotina. Depois de alguns dias, cuidar dos animais que moram ao lado da escola virou um hábito diário. No começo da manhã as crianças aprendem a preparar a água para as variadas espécies de beija-flor que circulam na área. Elas também colocam frutas para atrair outros tipos de pássaros para o parque da escola. “Toda vez que a gente avista um pássaro novo a diretora mostra nos livros, que agora são disputadíssimos. Eles querem procurar no livro os pássaros que eles viram lá fora. Dá pra ver muitos. Tucano, papagaio, periquito, beija-flor. O bacana é que eles sempre estavam por aqui. Mas a gente nunca teve esse olhar”, conta Roberta.

Para despertar o interesse das crianças, Roberta trouxe um binóculo de sua casa. Depois, com a contribuição da Associação de Pais e Mestres, a diretora Monica Marques de Paula adquiriu binóculos de brinquedo e outros de verdade para as crianças usarem nas aulas de observação. Ela diz que, desta forma, as crianças educam os ouvidos e o olhar sobre a natureza. Depois da prática, as professoras também levam o assunto para a sala de aula. Elas mostram livros, trabalham poesias sobre pássaros, falam sobre a Mata Atlântica e o cuidado com o meio ambiente. “Podemos atingir todas as áreas do conhecimento de maneira bem lúdica”, explica Roberta.

Com o início do projeto, as professoras descobriram que muitas crianças tinham gaiolas em suas casas e que isso era um hábito na comunidade. O jeito foi mostrar para os pais que a liberdade dos pássaros seria um dos assuntos mais tratados na escola. Durante uma reunião, as professoras colocaram um espelho dentro de uma gaiola e fizeram a seguinte pergunta para os pais: “Quanto tempo você aguentaria morar num lugar desses?”. A pergunta serviu para a reflexão dos pais e foi somada ao aprendizado dos filhos. A professora Roberta conta que após a reunião e as aulas de observação dos pássaros alguns alunos disseram que não havia mais gaiolas em casa e outros também contaram que estão alimentando pássaros e até tucanos no quintal.

A diretora do colégio, Monica Marques, que também é bióloga, gostou do projeto desde a primeira conversa. Ela conta que acompanha os alunos e aproveita para fotografar as aulas que são feitas ao ar livre. “Nós estamos na subida da serra, em Cubatão. Em todo o lugar que a gente olha é mata. A gente tem uma cultura que privilegia a leitura das letras, das palavras. Mas a leitura da natureza é menos valorizada”, diz ela.

Monica diz que os pássaros tem sido o assunto principal das crianças. Segundo ela, até quando estão brincando elas param para observar algumas espécies que encontram nas árvores. A diretora acredita que as crianças podem ser as disseminadoras e defensoras das ideias ligadas ao meio ambiente. Por enquanto, três classes participam das atividades, mas outras já estão começando a se interessar pelo projeto. “Todos estão se envolvendo no projeto por entusiasmo”, conta.

As professoras querem trazer a família para a escola cada vez mais para discutir questões ligadas ao meio ambiente, principalmente sobre a mata atlântica, que está mais próxima a eles. Um outro objetivo do projeto é realizar, nos próximos meses, um concurso fotográfico sobre pássaros, para que todos tenham mais conhecimento sobre as espécies da região.

Via G1

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