Mas o jornalista americano Randall Sullivan não tinha noção da dor de cabeça que teria ao publicar "Intocável - A Estranha Vida e a Trágica Morte de Michael Jackson", que chega agora ao Brasil.
O livro traz afirmações polêmicas que enfureceram os fãs do astro, como a de que ele morrera virgem e que não teria mais nariz, de tanto ter feito plásticas para afiná-lo.
Desde o lançamento do livro nos EUA, no fim do ano passado, um grupo de fãs de Jackson usou as redes sociais para criar uma bem-sucedida campanha de difamação, bombardeando a Amazon com avaliações que baixaram a cotação do livro no site.
Eles conseguiram ainda retirar exemplares de circulação com alegações de que as cópias eram defeituosas.
"Devo admitir que tenho uma sensação dúbia sobre o livro. Esse ataque que sofri de um grupo de fanáticos foi uma das coisas mais dolorosas por que já passei", diz Sullivan, ex-editor da revista "Rolling Stone", por telefone.
"O pior é que as pessoas nem leram o livro e o atacaram citando coisas que eu não escrevi, baseando-se no que ouviram falar."
Segundo o autor, a campanha afetou as vendas - ele não cita o total de exemplares vendidos, mas diz que, apesar de a editora ter lucrado com o livro, "não foi nem de longe o que esperava". As críticas da imprensa estrangeira à obra foram mistas.
Ameaças familiares
A família de Jackson, retratada de forma bastante crítica, ameaçou com diversos processos, mas o jornalista diz que a editora não cedeu "porque sabia que eu podia defender o que tinha escrito".
A biografia, que sai no Brasil com uma tiragem relativamente alta (12 mil exemplares), é um grande trabalho de compilação de informações já publicadas sobre o cantor.
Iniciada após a sua morte, como uma reportagem para a revista "Rolling Stone", a obra progrediu para uma narrativa de quase 900 páginas - 129 delas de referências bibliográficas, mais 32 de fotos. É dividida em quatro partes, de forma não cronológica.
Como não entrevistou Jackson nem conseguiu acesso direto a personagens importantes de sua vida - o único familiar com quem falou foi a matriarca, Katherine -, Sullivan investiu mais nos últimos cinco anos de vida do astro e na disputa por seu espólio, depois da morte.
O livro mostra ainda a gradual destruição da reputação e da saúde (inclusive a financeira) do artista entre 1993 e 2005, quando sofreu duas acusações públicas de abuso sexual de crianças - a primeira, resolvida com um acordo extrajudicial, a segunda, nos tribunais (ele foi inocentado).
Há um apanhado dos primeiros 35 anos de vida de Jackson, da infância traumática à transformação em "rei do pop", e exemplos de seu comportamento exótico, que passou a atrair mais atenção do que sua música.Reportar Erro
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