Os primeiros favoritos a terem percalços foram os franceses. Em dezembro de 2009, a Aeronáutica finalizou um relatório em que o Gripen ficava em primeiro lugar.
Mas o governo Lula negociava um pacote militar amplo com a França, comprando submarinos e helicópteros por quase R$ 20 bilhões.
Na celebração do 7 de Setembro daquele ano, com o colega francês Nicolas Sarkozy, Lula assinou uma intenção de comprar o Rafale. Houve revolta na FAB, não consultada, e o petista recuou.
Mas foi a falta de apoio de Paris ao acordo patrocinado por Brasil e Turquia para a crise nuclear com o Irã em 2010 que abalou as chances francesas. Irritado, Lula deixou a decisão para a sucessora, Dilma Rousseff.
Ela parou tudo, ao mesmo tempo em que sua política externa se aproximava dos americanos. O lobby da Boeing foi fortalecido, com a ex-embaixadora americana no Brasil Donna Hrinak à frente.
Com a eclosão do escândalo da espionagem americana, o clima ficou em suspenso. Um telefonema do vice-presidente Joe Biden a Dilma, em 19 de julho, a tranquilizou e foi decidido: o F-18 seria anunciado vencedor na visita de Estado de 23 de outubro a Washington.
A revelação posterior de que Dilma também fora alvo de espiões, contudo, enterrou as chances americanas.
Os franceses até se animaram, mas o presidente François Hollande foi avisado em sua visita semana passada de que não iria levar o prêmio devido ao custo do Rafale.
Para piorar, Dilma reclama constantemente com assessores dos dois aparelhos franceses que usa, o Airbus presidencial e o helicóptero Super Puma. São barulhentos, e o segundo já teve duas panes recentemente.
A escolha seria difícil com a campanha eleitoral em curso, e a FAB aposenta agora os 12 Mirage-2000.
Ainda assim, e apesar de ter sido definido no mês passado, o anúncio surpreendeu assessores, ministros e os executivos da empresa sueca. O diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér, se disse "surpreso e feliz".
O primeiro F-X, que é uma sigla internacional para a compra de caças (F de fighter, caça em inglês, e o X é pela incógnita da escolha), foi lançado em 2001 por Fernando Henrique Cardoso para a compra de 12 aeronaves.
De um lado ficaram franceses, que tinham participação na Embraer e associaram-se à brasileira, com o Mirage-2000. Favorito, acabou desbancado pelo russo Sukhoi-35 e pela versão anterior do Saab Gripen.
Sob muita pressão, FHC perguntou ao então eleito Luiz Inácio Lula da Silva se ele queria que o martelo fosse batido no fim de 2002.
Lula suspendeu o programa em 2003, e o cancelou em 2005. Em 2008, com russos e o Eurofighter europeu eliminado, chegou-se ao F-X2, encerrado ontem.Reportar Erro
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