Mano Menezes não saiu feliz de Cardiff, capital do País de Gales. O treinador da seleção olímpica brasileira gostou dos três pontos da vitória na estreia da Olimpíada por 3 a 2 diante do Egito — e só.
O treinador quer corrigir rapidamente defeitos graves no time, como o indivudualismo de Neymar e o posicionamento de Sandro e Rômulo. Os volantes brasileiros se empolgaram com o jogo, acabaram se preocupando em atacar e deixaram a zaga exposta, principalmente Juan, já sacrificado por ter de cobrir Marcelo, que atuava como ponta esquerda.
Mano espera corrigir esses erros para domingo (29), em Manchester, quando o Brasil enfrenta Belarus, que também venceu na estreia — ganhou da Nova Zelândia por 1 a 0. O jogo vale pela liderança do grupo C.
— Fizemos o que deveríamos, vencer o primeiro jogo. Mas vamos trabalhar para corrigir alguns defeitos. Não vou entrar em detalhes. São situações internas. A única tática que posso passar é que os nossos volantes atuaram abertos. É preciso que sempre um esteja centralizado para ajudar o sistema defensivo. Não podemos correr tantos riscos como fizemos contra o Egito.
Mano não quer comprar uma briga pública com Neymar. Vai conversar com ele em particular. Não quer expor o atleta, mas o treinador já percebeu que seu egoísmo está perturbando o time. Hulk é o jogador que menos consegue disfarçar sua insatisfação com o atacante santista.
Está claro que aos 20 anos, Neymar não consegue resistir à tentação dos holofotes. Em Cardiff, nessa quinta-feira (26), era claro.
Mal a bola chegava nele, os torcedores já começavam a vibrar, a gritar. Esperaram um lance espetacular, como um drible desmoralizante, um toque de calcanhar. E foi o que fez. Complicou várias jogadas e, para agradar a torcida, atrapalhou vários contragolpes. Thiago Silva, capitão da seleção brasileira, percebeu isso e aconselhou o atleta sutilmente.
— Muitas vezes o melhor é o mais simples. Um toque para o lado e correr para receber na frente. Um passe. Isso pode desnortear o defensor que espera sempre por uma tentativa de drible.
O capitão também será auxiliar de Mano na conversa com Neymar. O atacante não esperava tanta cobrança depois da estreia do Brasil na Olimpíada. O atacante, porém, diz que só fez o que está acostumado a fazer em campo.
— Eu não quis dar show para ninguém. Só joguei o que estou acostumado. Não sei porque as pessoas estão falando tanto. Mas estou tranquilo. E vou continuar fazendo dentro de campo o que sempre fiz. Não vou me deixar levar pelas críticas.
O único detalhe é que ele terá, sim, de mudar e ser mais solidário com a equipe. Isso acontece se Mano realmente cobrá-lo, como ameaça fazer.
Testes
A estreia brasileira foi o batismo de fogo do goleiro Neto. Apesar de ter tomado os dois gols, o jogador da Fiorentina está orgulhoso do que fez.
— Acredito que acabei por dar confiança ao time. O Brasil estava acostumado a jogar com o Rafael. Mas acredito que não comprometi em nada. Fiz boas defesas quando a partida estava ainda 0 a 0. Os dois gols do Egito foram impossíveis de defender. O entrosamento com a defesa está vindo rapidamente. O primeiro jogo que é sempre o mais nervoso já foi e o saldo para mim foi bem favorável. Sinto que vou crescer com a seleção durante a competição.
Leandro Damião também tinha o que falar em relação ao assunto gol. O atacante vinha sendo muito pressionado por haver marcado apenas um gol nos últimos dez jogos. Marcou ontem e parece que tirou uma tonelada das costas. Por enquanto não corre o risco iminente de perder a vaga para Alexandre Pato.
— Gol vem sempre em boa hora. Sei que a imprensa estava cobrando demais que eu marcasse. Quem estiver com a camisa nove do Brasil sempre terá essa cobrança. Marquei e ajudei o meu time, que é muito mais importante. Agora acredito que tudo ficará mais fácil para mim.
Marcelo, um dos mais experientes do time, afirmou que a seleção deve se cobrar sempre, mas é desnecessário exagerar nas reclamações.
— Temos vários pontos a acertar? Temos, lógico. Mas não podemos nos deixar contaminar e só falar no que deu errado. A seleção conseguiu jogar muito bem, principalmente no primeiro tempo, quando abriu 3 a 0. Temos de saber também que acertamos a ponto de dominar o nosso adversário e abrir três gols de vantagem. E explorar o lado otimista. Ganhamos o jogo. Taí a Espanha, que perdeu para o Japão. Olimpíada não é fácil para ninguém. Se fosse fácil, o Brasil já teria vencido há muito tempo.
Via R7
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