De acordo com respeitado consultor de mercado publicitário ouvido pelo Terra, a atitude da Nissan chamou a atenção de outras empresas que veem com reservas o momento atual do futebol no Brasil. Além do episódio de violência entre torcidas, casos como a reviravolta da Série A, as ações do Bom Senso F.C. e as eleições da CBF trazem preocupação. "Um dos patrocinadores da Seleção Brasileira me pediu um almoço para conversar sobre o mercado, está preocupado", contou.
Fluminense não vê rejeição após permanência na elite via tribunal
Vice de marketing do Fluminense, Idel Hafen diz que não está receoso com o momento. Ele nega que a imagem do clube tenha sido arranhada com mais um rebaixamento que não se concretizou. No fundo, também se escora na relação bastante sólida que o Flu tem com seus dois principais parceiros, a Unimed e a Adidas.
"O Fluminense não fez nada de errado. Ele se beneficiou através do restabelecimento do cumprimento do regulamento. Se uma empresa não quiser se associar a uma empresa séria, que quer que o regulamento seja cumprido, aí eu que não vou querer essa empresa no Fluminense", afirmou Idel Hafen ao Terra. Ele admite, ainda assim, uma certa rejeição ao clube.
"Apesar da campanha que querem fazer contra o Fluminense, nenhuma marca tem motivos para não se associar ao clube. A gente manteve a retidão do cumprimento ao regulamento. Qual o clube que foi campeão brasileiro duas vezes em quatro anos? O Fluminense é um clube vencedor, portanto uma ótima opção", complementou.
As reações contra o clube, porém, têm sido significativas. Nas redes sociais, torcedores de outras equipes se mobilizam para tentar derrubar a página oficial do Fluminense por acesso acima do limite esperado. Até mesmo o atacante Rafael Sobis foi hostilizado em aeroporto.
Para especialista, Copa do Mundo no Brasil potencializa visibilidade
Especialista em consultoria esportiva, Amir Somoggi lembra que a realização da Copa do Mundo de 2014 traz mais visibilidade para o futebol brasileiro. "Sempre me questionei porque nenhum patrocinador questionou os clubes sobre atitudes como essas (violência). Essa rescisão é um fato pioneiro. Foi uma decisão da Nissan Japão, é ainda mais grave. O mundo inteiro viu aquela cena, o Brasil está no olho do furacão. É um fato a servir de alerta", diz Amir.
"Mesmo sem ser radical assim, isso pode influenciar outras marcas. A Batavo não renovou com o Flamengo após o caso Bruno, repensou, demorou um tempo, mas depois se afastou do clube. Há algumas correntes que não acreditam em visibilidade negativa, mas acredito que não. Episódios como aquele (em Joinville) podem ocasionar uma perda de receita futura por imagem arranhada", defende.
Novos episódios como da Nissan, acredita ainda Amir Somoggi, podem influenciar positivamente o futebol brasileiro. "Só os patrocinadores, que são os donos do dinheiro, ou a Globo, poderiam pressionar os clubes por decisões positivas para o mercado. Não é parar de financiar, mas endurecer a relação com as torcidas organizadas por algo que atrapalha os clubes. Os clubes às vezes faturam R$ 200 milhões ou mais, não podem ter administrações despreocupadas com a opinião pública".Reportar Erro
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