O Ministério Público do estado de São Paulo instaurou inquérito para apurar o que julga um "gasto abusivo" e "desperdício de dinheiro público" da prefeitura da capital com o patrocínio do UFC São Paulo, evento que acontece no próximo sábado no Ginásio do Ibirapuera, e recomendou ao prefeito Fernando Haddad (PT) "suspender imediatamente" o financiamento ao evento.
Em portaria assinada por Valter Foleto Santin, 2º Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, o MP classifica o patrocínio da prefeitura como "gasto desnecessário, abusivo e excessivo de recursos públicos em atividade não olímpica, consumindo boa parte de valor destinado à Secretaria para eventos". A Secretaria Municipal dos Esportes, Lazer e Recreação destina ao UFC R$ 2,5 milhões dos cerca de R$ 3,3 milhões que tem disponíveis para eventos em 2013 - mais de 75% da verba do ano.
O texto justifica a instauração do inquérito para "apuração de irregularidade e prejuízo ao erário e à sociedade", e diz que "o procedimento dos representados pode constituir ferimento aos princípios da administração pública". O contrato entre a prefeitura e o UFC foi firmado na gestão do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), um dos representados na portaria do MP, que ainda questiona o financiamento do evento de MMA "em detrimento de outros esportes de contato e de modalidades olímpicas tradicionais".
Acusando Kassab de ter "intuito de angariar publicidade pessoal" com a popularidade do UFC, o MP determinou um prazo de 10 dias a Haddad para que o atual prefeito forneça "informações sobre a situação legal do patrocínio", com "recomendação expressa para suspender imediatamente o patrocínio e de não efetuar pagamento algum". O inquérito também envolverá Kassab, a IMX (agência responsável pela organização do UFC no Brasil), o Tribunal de Contas do município e a Câmara Muncipal.
Via Terra
Reportar Erro