Essa poderia ser a história de muitos jogadores de futebol no Brasil. No Quênia, essa é a realidade de boa parte dos corredores que fizeram dos pés e das rápidas pernas um meio de vida e de ascensão social.
Muitos deles vão participar da São Silvestre, a principal corrida de rua do Brasil, no próximo dia 31 de dezembro. É o caso do atual campeão da prova Edwin Kipsang, de 25 anos, e de um de seus principais concorrentes Mark Korir.
Eles pararam de estudar antes mesmo de completar o ensino fundamental e têm origem muito humilde. Graças à própria dedicação e aos prêmios conquistados nas corridas – a São Silvestre, por exemplo, paga R$ 60 mil ao campeão – hoje desfrutam da vida de celebridade e com conforto no Quênia.
Os dois, assim como a corredora Nancy Kipron, compraram um carro importado e circulam por Nairobi com um Corolla, da marca Toyota, que tem preço de mercado em torno de R$ 75 mil.
O técnico dos atletas, o brasileiro Moacir Marcone, conta que o carro é apenas um dos luxos. O passatempo preferido quando eles vêm ao Brasil é fazer compras, e o grande xodó são os equipamentos eletrônicos. Kipron e Nancy são os mais 'consumistas' da turma e adoram uma novidade.
Artigos da moda como iPhones, tablets ou os androides são produtos obrigatórios na mala quando voltam à África. "Eles gostam de tudo que há de novo. Celular, tablet, aquele Galaxy (telefone da marca Samsung). Eles pegam tudo e levam para o Quênia. Lá esses artigos são 'bambambam'", conta o treinador.
A realidade dos treinos também mudou. Antes frequentadores de pistas arcaicas da África, hoje eles têm um centro de treinamento moderno e uma casa confortável em Nova Santa Bárbara, no Paraná, com direito a hidromassagem, sala de jogos e funcionários à disposição.
Apesar de gostarem do conforto, Marcone afirma que os atletas mantêm os pés no chão e não são deslumbrados com a nova vida. Dispensam baladas e mantém o foco nas provas. Até porque eles não têm ajuda de patrocinadores, e o sustento é garantido apenas pelas premiações das competições.
"Eles não têm outro emprego. O sustento é a corrida. Se não vencer, não tem dinheiro. Por isso, eles correm na base da superação e da necessidade", conta.
Coquinho, como o treinador é conhecido, ressalta ainda que os corredores são muitos responsáveis com dinheiro. Tanto que quando começam a mudar o padrão de vida a prioridade é dar uma casa aos pais.
"Eles compram terras, três vaquinhas, um carneiro e começam a construir. Eles são muito 'família'. A primeira coisa que fazem é comprar um terreno para melhorar a casa da mãe, depois fazem uma pequena casa para eles mesmos. Depois fazem uma grande e assim vai".Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Esportes
Estaduais Sub-15 e Sub-20 começam dia 7 de junho

Esportes
Clássico dos Milhões: Flamengo e Vasco se enfrentam na noite deste sábado

Esportes
Liga das Nações 2025: Veja as primeiras convocadas

Cidade
Parque dos Poderes será exclusivo para pedestres e atletas durante feriadão

Esportes
Campo-grandense de 14 anos conquista duas medalhas em competição na Sérvia

Esportes
Favorito para assumir Seleção, Ancelotti deve sair no fim de abril do Real Madrid

Educação
Escola pública de Dourados inaugura primeira quadra de Beach Tênis em MS

Esportes
Após indiciamento, Bruno Henrique publica passagem bíblica

Esportes
Real e Bayern não conseguem a virada e caem na Champions; veja os classificados

Esportes