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Encontro do Ensino de Astronomia realiza minicurso e palestra sobre Astronomia Indígena

15 outubro 2010 - 08h13
Campo Grande (MS) – Para os povos indígenas, o movimento das constelações pelo céu anuncia as estações do ano, florações, frutificação, migrações e reproduções de peixes e animais. Este conhecimento é associado a trabalhos agrícolas, atividades de caça, coleta, festas, aparecimentos de doenças e procedimentos de proteção realizados pelos pajés. O manejo do mundo, a partir dessas relações, está documentado em calendários. O professor Germano Bruno Afonso, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), realiza um trabalho de resgate da astronomia indígena, principalmente da família tupi-guarani. “Escolhi esse tema por que, desde criança, já conhecia um pouco da astronomia dos guaranis, pois nasci em Ponta Porã (MS), de onde saí para prestar vestibular em Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR)”. O que o incentivou foi perceber, em 1991, que o sistema astronômico dos extintos tupinambás do Maranhão, descrito pelo monge capuchinho francês Claude d’Abbeville, em 1614, é muito semelhante ao utilizado, atualmente, pelos guaranis do sul do Brasil, embora separados pelas línguas (tupi e guarani), pelo espaço (mais de três mil km, em linha reta) e pelo tempo (quase 400 anos). “Com o auxílio dos guaranis, consegui localizar todas as constelações descritas por d’Abbeville. Depois, trabalhei com outras etnias e, atualmente, sou coordenador do projeto ‘Etnoastronomia dos Povos Indígenas do Amazonas’, no Museu da Amazônia (Musa), Manaus, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e pelo CNPq”. Germano vai ministrar hoje (14), no X Encontro Regional do Ensino de Astronomia, que acontece em Campo Grande (MS), na Unidade 7 da UFMS, o minicurso “Astronomia Indígena no céu de Mato Grosso do Sul”. O pesquisador vai mostrar como os índios Guarani elaboram o calendário observando suas constelações. “Utilizarei o planetário móvel da UEMS para localizar as principais constelações sazonais guarani no céu de nosso Estado”. O pesquisador vai ministrar também, no dia 15, às 16h30, no auditório do LAC (UFMS), a palestra “Astronomia Indígena”, em que apresentará uma parte do conhecimento astronômico indígena que conseguiu resgatar, utilizando documentos históricos, que relatam a importância da astronomia no cotidiano das famílias indígenas; vestígios arqueológicos, tais como a arte rupestre e os monumentos rochosos, que possuem conotação astronômica; diálogos informais e observações do céu com pajés de todas as regiões brasileiras. Para o professor, a importância didática de se divulgar a astronomia indígena nas escolas está no fato de se tratar de um conhecimento baseado em elementos sensoriais (como as Plêiades e a Via Láctea), e não em elementos geométricos e abstratos, e também por fazer alusão à nossa cultura, fauna, flora e história, promovendo auto-estima e valorização dos saberes antigos, salientando que as diferentes interpretações da mesma região do céu, feitas por diversas culturas, auxiliam na compreensão das diversidades culturais. “A etnoastronomia investiga o conhecimento astronômico empírico de grupos étnicos ou culturais contemporâneos que, em geral, não utilizam a astronomia ocidental, como é o caso dos povos indígenas que habitam o Estado de Mato Grosso do Sul. Ela foi ignorada pela história ‘oficial’ da ciência, principalmente devido ao etnocentrismo, que nos leva a considerar os conhecimentos de culturas diferentes através do nosso conhecimento ocidental, supondo que ele é o único verdadeiro”, explica o professor. A convite do MEC e de Secretarias de Educação estaduais e municipais, Germano já ministrou diversos cursos de Etnoastronomia, para professores indígenas, principalmente guarani. “Menos em Mato Grosso do Sul, onde se encontra a segunda maior população indígena do Brasil”. Em 2008 e 2009, trabalhou no projeto “Etnoastronomia dos Índios Guaranis da Região da Grande Dourados, MS” da UEMS/CNPq, por Paulo Souza da Silva, professor de Física da UEMS de Dourados. “Nesse projeto, com a comunidade indígena da região, construímos dois observatórios solares indígenas e estamos escrevendo um livro sobre ‘O Céu dos Índios Guaranis’, que servirá de apoio didático para o ensino de ciências nas escolas indígenas”, conclui. O X Encontro do Ensino de Astronomia acontece até 16 de outubro, na Unidade 7 da UFMS, em Campo Grande (MS). O minicurso “Astronomia Indígena no Céu de Mato Grosso do Sul” será realizado nos dias 14 e 15 de outubro, quarta e quinta-feira, das 8 às 9h30, e a palestra “Astronomia Indígena”, no dia 16, sábado, às 16h30. Mais informações pelo site: www.erea.ufms.br . Fonte: Notícias MS

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