Um grupo com cerca de 30 índios da etnia Terena sofreu um atentado na noite de sexta-feira (3) em Miranda (MS), a 200 km de Campo Grande. Eles estavam em um ônibus escolar, voltando da aula a caminho de suas aldeias, quando uma bomba caseira foi arremessada contra o veículo.
Seis pessoas, incluindo o motorista, sofreram queimaduras e foram encaminhadas a hospitais. Cinco delas continuam internadas, quatro em estado grave.
Ainda não se sabe o motivo ou a autoria do atentado.
Segundo o delegado Tiago Macedo, que investiga o episódio, o fato ocorreu por volta das 23h. Os passageiros eram estudantes, entre 15 e 18 anos, e eram de várias aldeias indígenas da região --estima-se que cerca de 6.000 índios terena vivam em Miranda.
O ônibus que fazia o transporte dos alunos era contratado pela prefeitura da cidade, e percorria o trajeto todos os dias.
De acordo com o delegado, a bomba caseira foi jogada na parte frontal do veículo. Houve explosão e o fogo queimou parte do ônibus.
Segundo ele, testemunhas disseram que pedras foram arremessadas contra o veículo --o que sugere que mais de uma pessoa tenha sido responsável pelo atentado. O autor do ataque, segundo testemunhas, fugiu no meio do mato.
Segundo Macedo, há um histórico de conflitos entre aldeias rivais na região, mas não está confirmado se isso teve relação ou não com o atentado.
Os índios terena também costumam invadir fazendas da região reivindicando o território para si --eles afirmam que um estudo da Funai (Fundação Nacional do Índio) mostrou que o território é indígena. Algumas das propriedades já foram ocupadas pelo menos três vezes nos últimos três anos, como a fazenda do ex-governador Pedro Pedrossian.
Fonte: Folha Online.
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