
O projeto de lei que dá permissão aos supermercados e estabelecimentos similares a venderem Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), protocolado pelo deputado João Henrique (PL), na Assembleia Legislativa, recentemente teve o apoio da Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (AMAS). Contudo, para a farmacêutica e Conselheira Federal de Farmácia Márcia Saldanha, essa não seria uma opção viável para o Estado.
Ao JD1, Márcia falou sobre o projeto de lei, que foi discutido com o autor da proposta, na última sexta-feira (17), onde o conselho apresentou o ponto de vista, quanto atuantes da área. “De âmbito nacional, este projeto já apareceu outras vezes, mas essa é a primeira vez em âmbito estadual, e isso nos preocupa”, disse a também membra da comissão parlamentar do Conselho Federal de Farmácia.
Defendido pelo deputado João Henrique, um dos argumentos apresentados por ele no projeto, é que ao ampliar os locais de venda dos MIPs, a tendência é que os preços baixem, facilitando o acesso do consumidor a este tipo de medicamento.
Já para a Conselheira, a questão não é válida, já que os medicamentos considerados ‘importantes’, não entrariam nessa proposta de um novo local de vendas. “Não é uma dipirona, ou uma cartela de analgésico, que vai abalar a renda familiar e, são estes os medicamentos que o projeto abrange: os MIPs. Contudo, os medicamentos ‘essenciais’, como anti-hipertensivos, por exemplo, estes custam valores altos e não vão para as prateleiras dos supermercados, ou seja, não causaria um alívio financeiro na vida das famílias, como muitos acreditam”, explicou.
Em outro momento, o presidente da AMAS, Denyson Prado, havia argumentado que os consumidores já compram os medicamentos nas gôndolas da farmácia, sem a necessidade de atendentes ou farmacêuticos. "Quando o consumidor precisa de um remédio para dor de cabeça ou estômago, pode pegá-lo na gôndola da farmácia e ir direto ao caixa, e assim seria da mesma forma no supermercado".
No entanto, a farmacêutica alega que isso não representaria um avanço para MS. “Atras dessa ideia de benefícios, o aumento do acesso aos medicamentos seria inevitável. As pessoas não vão ao supermercado atras de remédios, pois é um local apropriado para alimentos e produtos para casa. O indivíduo que vai ao supermercado e se depara com medicamentos, pode ser estimulado a automedicação. E isso não é bom para a população”, ressaltou.
Ela ainda pontuou que existem farmácias 24H e diversos supermercados que têm no interior da loja uma farmácia no local. “Não precisamos de um corredor no supermercado com uma prateleira cheia de remédios em livre demanda para a população”, finalizou a farmacêutica.
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