Uma possível reviravolta pode dar novos rumos ao caso Marielly, o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (11), no bairro Monte Líbano, em Campo Grande, revelou que na última sexta-feira (8) que ele teve contato com a família de Hugleice da Silva, que é apontado como o responsável pelo aborto e ocultação de cadáver de Marielly, que revelou novas informações onde o réu acusa a mãe e irmã da vítima na participação do crime.
O advogado afirmou que “quando a família de Hugleice se desagregou, coisas ocultas vieram à tona. Eu tive estas informações na última sexta e provavelmente o meu cliente vai dizer sobre outras participações no aborto, algo que inclui a mãe ou irmã da Marielly. Ele disse que não vai mais esconder nada do que foi feito, do que aconteceu na época, e que não vai mais proteger a família", revelou.
Tentativa de feminicídio
Hugleice se envolveu em outro crime, ele teria tentado matar Mayara [irmã da Marielly] com uma facada no pescoço, a vitima levou cerca de 40 pontos, o advogado disse que “em dezembro do ano passado. Meu cliente já tinha encontrado uma troca de mensagens entre a esposa e um vizinho. Na segunda vez, quando acordou mais cedo para olhar o celular dela, inclusive achou fotos nuas dela e também dele. Em seguida, houve uma discussão e ele feriu a ex", explicou.
Decisão judicial
O juiz de Sidrolândia (MS), Fernando Moreira Freitas da Silva, decidiu mandar a júri popular Hugleice da Silva, e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes por provocarem aborto e ocultarem o corpo da jovem em maio de 2011.
Mas o pedido de prisão preventiva de Hugleice é equivocada, afirma Rosa, uma vez que o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, que realizou o procedimento de aborto, aguarda o julgamento pelo crime em liberdade. ''É uma decisão absurda. Vai prendê-lo por causa da repercussão do caso. O juiz quer holofotes'', defendeu o advogado, que entrará nesta tarde com pedido da habeas corpus.
Prisão
No dia 23 de novembro o suspeito foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no quilômetro 267, da BR-163, quando chegava em Dourados. O advogado entrou com pedido de habeas corpus e acredita que em um prazo de até 60 dias o réu seja colocado em liberdade.
Já o enfermeiro Jodimar vai responder em liberdade por ter cumprido todas as medidas cautelares impostas.
Entenda o caso
A jovem de 19 anos desapareceu quando foi levada pelo cunhado de Campo Grande até Sidrolândia, para realizar um aborto. Os dois tinham um relacionamento sexual e não queriam a criança.
Hugleice teria contratado os serviços do enfermeiro Jodimar por R$ 500. No dia 21 de maio de 2011, a jovem morreu após o aborto malsucedido. Os dois acusados levaram o corpo da vítima até a estrada vicinal a 4,2 km da rodovia MS-162, e jogaram o corpo no meio de um canavial. Ele confessou o crime e foi preso na época.