O julgamento que deve proibir o uso da tese de legítima defesa da honra para justificar a absolvição de condenados por feminicídio, será retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) hoje (1º), a partir das 14h.
Até o momento, o plenário formou maioria de seis votos para impedir que a tese possa ser utilizada como argumento de defesa dos advogados do réu ou para justificar absolvição pelo Tribunal do Júri. Faltam os votos das ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia.
O STF julga uma ação protocolada pelo PDT em 2021 para impedir a absolvição de homens acusados de homicídio contra mulheres com base no argumento de que o crime teria sido cometido por razões emocionais, como uma traição conjugal, por exemplo.
No Supremo, a maioria foi formada na sessão de 30 de junho, antes do recesso de julho. Na ocasião, as ministras sinalizaram que também vão acompanhar a maioria.
Na época, a presidente do tribunal, Rosa Weber, comentou que o país tem histórico de normas que chancelaram a violência contra a mulher. "A mulher era uma coisa, era uma propriedade, por isso podia ser morta para lavar a honra do marido", afirmou.
Histórico - Ao longo da história, a legislação brasileira previu normas que chancelaram a violência contra a mulher. Entre 1605 e 1830, foi permitido ao homem que tivesse sua "honra lesada" por adultério agir com violência contra a mulher. Nos anos seguintes, entre 1830 e 1890, normas penais da época deixaram de permitir o assassinato, mas mantiveram o adultério como crime.
Somente no Código Penal de 1940, a absolvição de acusados que cometeram crime sob a influência de emoção ou paixão deixou de existir. Contudo, a tese continua a ser utilizada pela defesa de acusados para defender a inocência.
A decisão do Supremo possui repercussão geral e terá impacto em 79 processos sobre a mesma questão no país.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Após xingar Dino, Justiça aceita queixa-crime do ministro contra Monark

'Dois covardes', diz pai de Sophia sobre silêncio de assassinos em audiência

Barroso assume presidência do STF

Assassinos de Sophia ficam em silêncio na última audiência de instrução do caso

Sophia é lembrada como uma criança triste por testemunha em audiência

Zeca Lopes tem vitória no STJ

PGR defende que Roberto Jefferson continue preso

Bolsonaro se torna réu no TJDFT por incitação ao estupro

Hacker é preso em Campo Grande após invadir sistema da Justiça e mudar processo
