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Mano Menezes tem desafio de achar alternativa ao esquema que implantou

3 JAN 2014 • POR Via IG • 12h37
Mano Menezes está de volta ao Corinthians. (Foto: Getty Images)
A previsibilidade do Corinthians em campo foi um dos motivos que levaram a direção a trocar Tite por Mano Menezes. Apesar de consistente defensivamente, o time apresentou grande dificuldade para superar a marcação adversária, sendo a rigidez do 4-2-3-1 vista como uma razão para os problemas.

Será atribuição do novo técnico dar um jeito no esquema, implantado pelo próprio Mano em sua primeira passagem pelo clube. E, diferentemente do que era pintado nos últimos meses de 2013, o grupo com o qual o gaúcho de Passo do Sobrado vai trabalhar é bem parecido com o deixado pelo conterrâneo de Caxias do Sul.

A ascensão de Mano Menezes na carreira de treinador foi calcada justamente no 4-2-3-1, sistema adotado por ele já em sua passagem pelo Grêmio. A fórmula foi repetida com sucesso no Corinthians, e só a Copa do Mundo de 2010 acabou popularizando esse jeito de jogar entre os principais clubes do Brasil.

De volta à equipe do Parque São Jorge com a incumbência de remodelá-la, o ex-técnico da Seleção Brasileira terá uma escolha a fazer. Uma opção é manter seu esquema favorito, dando a ele uma mobilidade maior. A outra alternativa é uma alteração mais drástica, algo favorável a Alexandre Pato.

A primeira ideia é viável porque o 4-2-3-1 de Mano não é igual ao de Tite. O técnico campeão do mundo sempre pregou um jogo metódico, de triangulações pelos lados, com a marcação adiantada quando possível. Seu sucessor é adepto das chegadas em velocidade e permite um posicionamento menos rígido.

É por isso que Mano adora transformar meias em volantes. Ele fez essa tentativa logo na chegada ao Corinthians, em 2008, com Eduardo Ramos. Não deu certo, mas o sucesso foi enorme a partir da chegada de Elias, em maio. Renato Augusto pode ser o próximo, embora suas limitações físicas sejam possível empecilho.

Abrir mão do esquema também pode ser a solução encontrada, especialmente se o plano for fazer Pato jogar. O camisa 7 não é propriamente um homem de área nem gosta de ficar preso a um dos lados do campo, longe do gol. Ajudaria o reforço de R$ 40 milhões atuar como um segundo atacante, girando em torno do centroavante Guerrero.

Tite chegou a obter sucesso com essa tentativa no melhor jogo do time em 2013, a vitória por 3 a 0 sobre o Tijuana. Para isso, Renato Augusto e Danilo armaram as jogadas abertos pelos lados, mas Renato se machucou gravemente pouco depois e o sistema foi deixado para trás.

No segundo semestre, Pato teve seus melhores jogos atuando pela esquerda, com liberdade para partir em diagonal. Foi assim, por exemplo, que ele marcou os dois gols da vitória sobre o Bahia, em Salvador. Na goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo, alternou esse posicionamento com momentos em que fez algo parecido, mas partindo da direita.

As escolhas de Mano Menezes começarão a tomar forma a partir da próxima semana, no início da pré-temporada do Corinthians. Seja remodelando o esquema herdado de Tite ou apostando em uma formação com dois atacantes - o que tornaria necessária também uma nova formatação do meio de campo -, a missão é fazer o time voltar a jogar futebol, algo muito pouco visto no último semestre.