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Heloíza sofre enquanto espera por cirurgia craniana na capital

Heloíza está no aguardo da cirurgia de craniossinostose via ação judicial desde agosto de 2021

2 MAR 2022 • POR Sarah Chaves • 09h12

Com dificuldades para conseguir o procedimento cirúrgico para a filha, Mara apela por agilidade do SUS, pois, depois de meses, sua filha de 1 ano ainda não passou pelo procedimento que é vital para a saúde dela.

Heloíza Gabrielly nasceu com a Síndrome de Saethre Chotzen, disgnosticada nos primeiros dias de vida. A síndrome de Saethre-Chotzen é uma doença rara, que pode causar alterações craniofaciais e estrabismo. A incidência é de 1 para 50.000 nascidos vivos.

De acordo com o laudo médico emitido pela Santa Casa, Heloiza está no aguardo da cirurgia de craniossinostose via ação judicial desde agosto de 2021.

Josimara Regis Cavalcante conta que eles entraram na Justiça pelo sequestro do dinheiro do Estado para fazer a cirurgia pela Cassems. “Pois lá tem a UTI adequada, material adequado pós-cirúrgico. Já no SUS não temos essa certeza, e essa espera toda pode ser jogada por água abaixo”, explicou a mãe da pequena.

Em dezembro, foi decidido pelo juiz da 3ª Vara de Fazenda pública e de Registros Públicos de Campo Grande, um prazo de 30 dias para a realização da cirurgia de craniossinostose complexa. Segundo o médico da bebê, é a maior cirurgia de cabeça já feita em crianças.

Mas o prazo inicial não foi cumprido e em janeiro, o advogado que defende Heloíza entrou com um recurso e o prazo foi extendido para mais 30 dias, e já no final, Josimara conta que se o procedimento não for feito o juiz afirma que vai liberar o sequestro para o hospital da Cassems .

Porém a espera é difícil para Heloísa que sofre com uma pressão craniana e corre risco de vida. “Ela toma remédio para dor, tem dias que ela não come, e agora não consegue dormir, acorda 2h da madrugada choramingando”, contou a mãe.

A cirurgia é permanente e corrigiria o problema de Heloíza, no entanto é muito cara, e sairia por volta de R$ 480 mil no privado, dinheiro esse que Josimara não poderia pagar, já que deixou o emprego para cuidar da filha.

O JD1 Notícias entrou em contato com a Procuradoria-Geral do Estado e do Município de Campo Grande, réus na ação.

A Procuradoria-Geral do Município alegou ao JD1 Notícias que está cumprindo a decisão judicial, conforme consta nos autos. "Houve agendamento de consulta no dia 12/01/2022, no qual a paciente foi atendida. A programação é aguardar liberação cirúrgica de cardiologista para poder solicitar cirurgia neurológica, cujos procedimentos estão sendo realizados pelo SUS. Portanto, não houve descumprimento por parte do Município", afirmou