Saúde

Fiocruz lidera estudo de eficácia da vacina em crianças e adolescentes

Fiocruz e o Instituto Butantan vão avaliar a resposta da vacina contra a Covid-19 em crianças e adolescentes ao longo do tempo

9 MAR 2022 • POR Brenda Leitte, com Metrópoles • 14h52
Fiocruz lidera estudo de eficácia da vacina em crianças e adolescentes - Foto: Claudivino Antunes/Prefeitura de Aparecida

A pesquisa, que tem duração de um ano e seis meses, pretende contribuir para a definição de diretrizes em relação à vacinação para a faixa etária em questão. Além das duas instituições, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e secretarias municipais de saúde de Belo Horizonte e Serrana também colaboram com o estudo.

“Já conhecemos a efetividade e a segurança das vacinas aprovadas pela Anvisa. O estudo permitirá o detalhamento sobre a resposta imunológica protetora que é gerada pela vacina e como esta resposta permanece ao longo do tempo. Para isso, analisamos os níveis de anticorpos totais e anticorpos neutralizantes, aqueles capazes de efetivamente neutralizar o coronavírus, incluindo as variantes de preocupação em circulação”, explica a pesquisadora Rafaella Fortini, coordenadora do estudo.

“Além disso, vamos detalhar a resposta celular gerada pela vacina, para entendermos a resposta protetora de forma ampla e completa nas crianças e adolescentes”, completa a pesquisadora.

O Estudo Immunita acontece em Belo Horizonte e na região metropolitana e também no município de Serrana, em São Paulo. Na capital mineira, estão sendo avaliadas as respostas ao imunizante da Pfizer e a Coronavac. Já em Serrana, apenas o da Coronavac.

Voluntários

O recrutamento dos voluntários é feito no momento em que as famílias levam crianças e adolescentes, com idade entre 5 e 17 anos, para vacinar. Nos locais de imunização, equipes da Fiocruz e do Butantan fornecem todas as informações e esclarecem dúvidas sobre a pesquisa. O acompanhamento se inicia mediante autorização dos responsáveis e também dos vacinados.

Ao todo, serão cinco contatos presenciais: no dia da vacinação e, posteriormente, nos seguintes períodos: após um mês, após três meses, após seis meses e após um ano, todos esses tempos a partir da segunda dose. Os voluntários também serão acompanhados, por meio de contato telefônico, todos os meses.

“Todos são acompanhados por nossa equipe no decorrer de todo o estudo. Em caso de sintomas de Covid-19, uma equipe médica faz uma avaliação sobre a necessidade de realização da coleta de swab e, em seguida, fazemos o diagnóstico por PCR. Se positivo, é feito o sequenciamento do vírus para definirmos as variantes causadoras da infecção no pós-vacina. Além disso, monitoramos também possíveis efeitos adversos que possam ocorrer”, explica a pesquisadora.