Morte de Devanir foi motivada por nome falso, revela assassino
Crime aconteceu após uso de drogas na noite de quinta-feira na casa do autor em Campo Grande
31 MAR 2022 • POR Pedro Molina e Brenda Assis • 17h05Durante uma coletiva de imprensa, a titular da 7ª Delegacia de Polícia, Franciele Candotti, deu novas informações sobre o caso do assassinato de Devanir Paltanin, de 46 anos, que foi morto a facadas por Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, com quem a vítima supostamente mantinha um relacionamento há alguns meses.
Carlos, que tem uma filha de 3 anos, se mostrou arrependido do crime durante o depoimento, de acordo com a delegada Candotti, e disse que agiu em legítima defesa após a vítima tomar posse de uma faca e partir pra cima de Carlos após uma discussão entre os dois.
No entanto, a delegada pontua a diferença no número de lesões que a vítima e o autor apresentam, com Carlos tendo lesões somente no tórax e dedos, já Devanir apresenta no tórax, pescoço, garganta, braço e perna.
“A vítima tem muitas lesões, mas o autor não tem tantas lesões, então assim, acabou que o autor se exaltou demasiadamente ali, tanto que a vítima faleceu em razão da gravidade das lesões que sofreu”, disse.
O autor do crime afirmou também que os dois estavam sob o efeito de drogas durante a briga, cujos vestígios foram encontrados na residência e encaminhados para o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF).
“Tinha realmente resquício de uso de drogas lá na residência, até foi apreendido um cachimbo, tinha outras evidências, e foi tudo pra análise laboratorial no IALF” explicou.
Ainda no depoimento, Carlos informou que a suposta motivação da briga foi o fato dele ter descoberto que Devanir teria mentido sobre seu nome real para ele.
“A vítima, segundo o autor afirma, teria mentido o nome dela, não teria dito a [verdadeira] identidade, e ele descobriu isso”, explicou a delegada.
O autor do crime foi denunciado à polícia pelo seu pai, após ele procurar ajuda dele, que, de acordo com o depoimento, não sabia inicialmente que ele havia cometido o crime e nem de sua sexualidade, que ele via como “uma vergonha”.
A delegada Candotti detalhou como foi o momento que o corpo foi encontrado.
“Coisa jogada no chão, sangue espirrado pra tudo quanto é lado, alguma coisa grande, aparentemente um corpo de um adulto, coberto com uma coberta”
À polícia, ele informou que o motivo dele ter coberto o corpo foi por ele estar nu.
Ao ser questionada, a delegada informou que não existe chances de ser um crime de ódio, e que a motivação realmente foi uma briga de relacionamento.
A arma do crime, um facão segundo o autor, não foi encontrada. Além disso, a delegada ressaltou possivelmente não será encontrada, pois Carlos afirmou que a descartou próxima a um local com água corrente.
O crime foi registrado como homicídio qualificado por meio cruel na 7ª DP, e o caso ainda deve ser investigado.