Saúde

Homem morre 505 dias depois de ter contraído Covid

Infecção foi constante, sem nenhum sinal de novas reinfecções

22 ABR 2022 • POR Pedro Molina • 16h31
Reprodução

Médicos do Reino Unido acreditam ter documentado a infecção mais longa causada por Covid, com um paciente que mesmo após 505 dias ainda apresentava níveis detectáveis do vírus em seu corpo.

O paciente, que não foi identificado, sofria de condições que deixaram seu sistema imunológico severamente enfraquecido, o que ajudou para a demora da eliminação do vírus de seu corpo, resultado em sua morte em 2021.

Luke Blagdon Snell, um dos médicos que irá detalhar o caso durante o Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, explicou que o homem não teve outras reinfecções, e sim uma infecção contínua.

"Testes de swab de garganta desse paciente que sempre deram positivo. Ele nunca teve um teste negativo. E podemos dizer que foi uma infecção contínua porque a assinatura genética dela — a informação que obtivemos do sequenciamento do genoma viral — foi única e constante naquele paciente", disse o profissional.

 O médico ainda apontou para a preocupação que se deve ter com infecções de longo prazo, que podem gerar mais mutações para o vírus.

"O vírus ainda está se adaptando ao hospedeiro humano quando as pessoas estão infectadas por um longo tempo. Isso pode fornecer uma oportunidade para a covid acumular novas mutações", explicou.

"Embora a ômicron (variante) não tenha surgido nesses indivíduos em particular, isso demonstra um caminho muito claro pelo qual podem surgir variantes resistentes à vacina. Considerando que com (a variante) BA.2 tivemos sorte, que a mutação está associada a uma doença menos grave, não há garantia que acontecerá o mesmo com a próxima iteração", concluiu.