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Rio-2016 reduz comitiva para Jogos de Inverno para enxugar orçamento

5 FEV 2014 • POR Via Uol • 11h26
Presidente do Comitê Organizador Rio-2016 e do COB, Nuzman, foi a Sochi a convite do COI. (Foto: Davi Ribeiro/Folhapress)
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 tem feito uma ginástica financeira para cumprir seus compromissos sem a ajuda de recursos públicos. O órgão, que espera arrecadar e gastar R$ 7 bilhões até o fim da Olimpíada do Rio, já cortou viagens de funcionários e mudou sua política de patrocínio visando a um alívio nas suas contas.

Só para a Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, o comitê reduziu em cerca de 30% seu número de enviados. Os Jogos de Sochi, que começam na sexta-feira, são o último evento olímpico antes da Rio-2016. O Comitê Organizador dos Jogos do Rio enviou 78 representantes para lá. Esse número, porém, é consideravelmente menor do que o previsto inicialmente.

Antes de o Comitê Rio-2016 iniciar uma discussão mais direta sobre seu orçamento, a intenção era que fossem enviados 110 membros do órgão a Sochi-2014. Incluíam-se na lista os observadores da Rio-2016 e membros da diretoria do comitê, como Carlos Arthur Nuzman, que também é presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Vale lembrar que é o COB o responsável pela comitiva de atletas brasileiros enviados para a disputa dos Jogos de Inverno. O Comitê Rio-2016, por sua vez, cuida da organização da Olimpíada do Rio.

De acordo com o órgão, apesar do corte em sua comitiva, a composição dela permanece parecida com a original. Viajaram ou ainda viajarão a Sochi, 64 observadores das mais diversas áreas (transporte, acomodação, alimentação, etc) e mais 14 representantes da diretoria, acompanhados de assessores. Nuzman, por exemplo, chegou à Rússia no domingo. Sua viagem, porém, é custeada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), assim como a de outros diretores da Rio-2016.

Patrocínios
Também visando a um equilíbrio financeiro, o Comitê Rio-2016 passou a ser mais flexível na busca por patrocinadores. Depois de enfrentar dificuldades na captação de recursos para custeio de suas atividades, o órgão decidiu investir em parcerias com empresas que podem contribuir com serviços.

Assim, o Rio-2016 começou a trocar a exposição da marca dessas companhias por produtos ou trabalhos que elas podem fazer. Por isso, de acordo com orçamento do comitê divulgado no final do mês, cerca 60% do que o Rio-2016 arrecada com patrocinadores não vêm em dinheiro, mas sim em artigos ou serviços.

"Houve uma mudança de estratégia", explicou o diretor executivo de Finanças do Comitê Rio-2016, Rodrigo Tostes, em entrevista coletiva concedida na apresentação do orçamento. "Passamos a não só captar em dinheiro, mas buscar o que precisamos em produtos."

O diretor geral de Operações, Leonardo Gryner, complementou: "Nós incluímos nossos patrocinadores no processo de planejamento e entrega dos Jogos", disse.

Receitas e despesas
Segundo Gryner, mais da metade da arrecadação que o Rio-2016 precisa para cumprir seus compromissos já está garantida. Faltam só o que vai entrar com a venda de ingressos e produtos olímpicos, e captar mais 30% da cota total de patrocínios.

Nuzman, presidente da Rio-2016, ratificou que a intenção do órgão é mesmo arrecadar e gastar R$ 7 bilhões, ou seja, manter suas contas zeradas ao fim da Olimpíada de 2016. Apesar disso, caso esse resultado não seja alcançado e o comitê fique devendo, governo federal, Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Rio de Janeiro têm obrigação legal de bancar o possível déficit.