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Em desabafo, P. André explica fracasso de greve e diz priorizar Corinthians

11 FEV 2014 • POR Via Terra • 11h28
Zagueiro disse que Corinthians é prioridade, mas não 'exclusividade'. (Foto: Terra)
Um dos jogadores mais ativos nos bastidores do futebol brasileiro, o defensor corintiano Paulo André, líder do movimento Bom Senso FC, desabafou nessa segunda-feira através de sua página no Facebook. Em longo texto, o zagueiro, entre muitos assuntos, disse dar prioridade ao Corinthians - apesar de refutar "exclusividade" -, revelou os bastidores pós-invasão ao CT do time alvinegro com a possível greve de atletas e pediu para que não seja exigido por um "bom senso 24 horas por dia".

O atleta inicia seu desabafo alegando que "há um tremendo erro de interpretação e entendimento" de sua relação com o sindicato e o movimento Bom Senso FC - nisto, defende que sua "prioridade é o desempenho dentro de campo como jogador de futebol, hoje do Corinthians". Contudo, o defensor tratou de deixar claro que isso não garante exclusividade em seu foco. "Aos que insistem em me colocar na categoria de “jogue bola e esqueça o resto”, pela última vez: desistam", escreveu.

Paulo André ainda aproveitou para explicar todo o ocorrido a partir do momento em que 100 torcedores do Corinthians invadiram o CT da equipe em um protesto violento. O jogador relembrou a vontade dos jogadores de não entrar em campo contra a Ponte Preta, revelando reuniões de atletas com Mário Gobbi e Mano Menezes tanto no sábado quanto no domingo - na reunião final, a portas fechadas com somente os jogadores, os atletas decidiram entrar em campo para não prejudicar o Corinthians.

A possível greve que aqueceu os bastidores na última semana também foi citada. Paulo André alega que a ideia não partiu do Bom Senso, mas sim do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo. O defensor revelou que houve contatos com os capitães dos grandes clubes de São Paulo, que inicialmente se mostraram a favor da paralisação e solícitos ao Corinthians - contudo, diz que Rogério Ceni e Fernando Prass, representando os jogadores de São Paulo e Palmeiras, cancelaram o apoio à greve.

O desabafo ganha tons mais pessoais quando o assunto chega no movimento do qual é líder, o Bom Senso FC. Incomodado, Paulo André disse que o foco do grupo é apenas, a principio, os dois tópicos iniciais: o fair play financeiro e o calendário. "É hora de parar de se apegar a argumentos frágeis para me responsabilizar ou me culpar por problemas do futebol brasileiro como a violência no futebol, a Portuguesa, o Fluminense, a audiência da TV, o nível dos jogos, etc..".

Por fim, o zagueiro negou interesses políticos em suas atitudes e condenou as ironias que recebe por causa do Bom Senso. "Para aqueles que cobram bom senso 24 horas por dia, gostaria de esclarecer que bom senso é diferente de perfeição. Se um dia eu der um carrinho mais forte, um empurrão, um soco, se passar no sinal vermelho ou cometer um erro na defesa do Corinthians, deixo claro que isso nada tem a ver com as minhas convicções sobre as mudanças que acredito serem necessárias no futebol brasileiro".