Cultura

Campo-grandense concorre a Prêmio Internacional de Literatura

Escritora Lucilene Machado é semifinalista com a obra "Resistências íntimas e outros itinerários"

1 SET 2022 • POR Brenda Leitte • 18h20
Obra escrita por Lucilene Machado - Foto: Arquivo Pessoal

O Prêmio Oceanos é uma das principais referências no cenário literário nacional e internacional. O prêmio que contempla literaturas de língua portuguesa publicadas em qualquer lugar do mundo, está em sua 19ª edição. Dentre os 65 semifinalistas, está a escritora Lucilene Machado com a obra "Resistências íntimas e outros itinerários".

Em entrevista ao JD1, a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Campo Grande, contou como descobriu sua participação no Prêmio. “Todo mérito da participação foi da editora. Eu não me atreveria a participar. Se olhar o histórico dos ganhadores, é possível constatar que nenhum dos vencedores são cronistas. Também não me lembrava de que estava concorrendo, a editora inscreveu a obra e eu não me atentei a isso. Quando um colega, de outro estado me chamou ao telefone para dizer que eu estava entre os semifinalistas, eu contestei, disse que era engano”, relatou sobre o momento.

Escritora Lucilene Machado - Foto: Arquivo Pessoal

Concorrendo a premiação, na etapa anterior estavam 2.452 escritores de literatura de língua portuguesa, que habitam países em diversas partes do mundo. Em próxima etapa, dos 65 destacados, apenas três serão vencedores. Para Lucilene, ser indicada para estar entre os semifinalistas já é um grande reconhecimento.

“Isso é um soco no estômago. Sou uma escritora periférica, num estado que não tem tradição na produção literária brasileira. Em geral, os romances são agraciados pelos prêmios, depois contos e poesias. No caso do prêmio Oceanos, não existe o julgamento por categorias, de modo que não terei de disputar com outros cronistas, mas com romancistas, contistas, poetas”, destacou sobre a relevância.

Sobre suas obras, a escritora fez questão de ressaltar sobre a associação, de sua vida, com as obras que produz. “A minha história como escritora é a minha própria história enquanto pessoa, cidadã, profissional... desde sempre estive metida no mundo literário”, relembrou.

A professora universitária ainda deu mérito ao escritor Elpídio Reis, que era Presidente da Academia de Letras e tinha uma coluna em um jornal da Capital, que a incentivou a começar a publicar suas obras. “Tenho minha gratidão a ele. Depois, quando ele faleceu, eu fui convidada a assumir a coluna dele no jornal. A partir daí não tive como sair da crônica. Precisava escrever para atender à coluna do jornal, o que acabou fazendo de mim, de fato, uma cronista. Agora, apesar de ser difícil chegar nos primeiros colocados, sonhar ainda é permitido”, finalizou a cronista.

Sobre a Obra

Resistências íntimas e outros itinerários – "A obra fala de uma resistência contra as forças desagregadoras que querem nos condenar à superficialidade, à futilidade ou a sermos volúveis. Uma resistência contra as forças que querem nos emburrecer. O livro propõe, ainda que pelos caminhos da ficção, uma valorização do quotidiano e do cuidado de si. São interrogações, a maioria sem respostas, da própria condição humana, fria e monótona, líquida da condição da mulher nesse mundo cada vez mais violento", explicou a autora da obra.

 

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