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Corrida emocionante no Bahrein rende apoio à nova F1: 'espetáculo'

7 ABR 2014 • POR Via Uol • 12h13
Hamilton x Rosberg - Fazia algum tempo que a F1 não registrava um duelo pela vitória tão ferrenho entre dois companheiros de equipe. (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
Nem nos seus mais fantasiosos sonhos Bernie Ecclestone, promotor da Fórmula 1, poderia supor que o GP de Bahrein fosse tão distinto da corrida da Malásia, disputada há uma semana, apenas. Tudo o que faltou no circuito de Sepang sobrou na pista do deserto de Sakhir: a terceira etapa do campeonato ofereceu emoções fortes do começo ao fim.

Até mesmo a equipe que domina a temporada, a Mercedes, contribuiu grandemente com o espetáculo, com uma luta já considerada épica entre seus dois pilotos, Lewis Hamilton, o vencedor, e Nico Rosberg, segundo colocado.

Por ironia do destino, o domingo foi quente no autódromo barenita porque o promotor do Mundial, Bernie Ecclestone, e o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, desejavam mudar as regras para tornar a competição mais atraente para o público, dentre outros interesses da equipe italiana, como reduzir a importante vantagem técnica da Mercedes.

"O que vimos aqui é uma prova de que o regulamento está correto e não devemos mexer em nada", afirmou Niki Lauda, diretor da Mercedes. "Depois de duas provas, apenas, já imaginaram que tudo estava errado. Não é assim. Assistimos a um grande espetáculo."

A diretora da Sauber, Monisha Kaltenborn, respondeu com eloquência: "Que bela resposta, não, aos críticos das novas regras? Não acredito que os torcedores nas arquibancas estejam reclamando hoje do barulho dos carros".

Ao adotar o motor turbo e os sistemas de recuperação de energia, ou seja, fazer dos modelos de F 1 carros híbridos, a competição está servindo de laboratório, disse. "Estamos desenvolvendo a tecnologia que será ainda mais utilizada nos veículos de série. E aqui levamos essa tecnologia ao limite."

O consultor com poder de decisão na Red Bull, Helmut Marko, também falou: "Vimos tantas ultrapassagens hoje porque havia pilotos com pneus em diferentes estágios de degradação, além da entrada do safety car e sua saída a dez voltas do fim". Já para a diretora da Williams, Claire Williams, as características do circuito também favoreceram a que o desenvolvimento das 57 voltas da corrida disponibilizassem de tudo.

O novo diretor geral da Lotus, o argentino Federico Gastaldi, também atribui à maior facilidade de se ultrapassar nos 5.412 metros do circuito de Sakhir que nos 5.543 metros de Sepang. "Não creio que se relacione aos pneus mais ou menos desgastados." O estranho nessas opiniões sobre o traçado barenita é que ele sempre se caracterizou por não facilitar as ultrapassagens.

Luca di Montezemolo deixou o autódromo antes do fim da corrida, na altura do safety car na pista. Para a imprensa italiana, criticou o barulho "baixíssimo" dos carros e não mencionou o belo show a que estava assistindo. Bernie Ecclestone da mesma forma não conversou com os jornalistas depois da prova.  

Rosberg, líder do Mundial com 61 pontos diante de 50 de Hamilton, afirmou: "Acho que hoje a F1 fez muita gente feliz, apresentamos lutas de toda natureza, e essencialmente limpas, foi grandioso para o esporte".