Economia

Porto Murtinho deixará a periferia para ser centro logístico, aponta Ipea

Com a Rota Bioceânica, a cidade ganha uma posição de destaque, como centro de distribuição de cargas

5 DEZ 2022 • POR Sarah Chaves • 10h12
Foto: Edemir Rodrigues

A localização estretégica de Porto Murtinho como eixo central da Rota Bioceânica (Atlântico-Pacífico) vai gerar um novo ciclo de desenvolvimento na cidade.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desenha para Porto Murtinho um cenário transformador, já que acompanha os investimentos dos envolvidos no projeto, Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A médio prazo, a cidade se reerguerá como hub logístico. "Na realidade, o Brasil foi quase uma ilha descolada dos seus vizinhos e Porto Murtinho estava no final do caminho, posição que hoje se reverte, com esse corredor, e surge uma cidade articuladora, com uma logística multimodal (hidrovia e rodovia) de grande atratividade”, analisa o pesquisador do Ipea, Pedro da Silva Barros. “Ou seja, de periférica, Porto Murtinho ganha uma posição de destaque, como centro de distribuição de cargas.”

Em conversa com o prefeito murtinhense Nelson Cintra, o pesquisador tomou conhecimento das ações de parceria do governo estadual e da bancada federal para planejar e estruturar a cidade, ressaltando que os investimentos somam mais de 35 milhões de dólares. “O governador Reinaldo Azambuja abriu as portas para Murtinho”, disse.


Diagnósticos do Ipea apontam um leque de possibilidades de crescimento mercadológico, além da competitividade dos produtos brasileiros com a redução dos custos de transporte, classificando o acesso a um mercado regional como uma porta mais acessível às pequenas e médias empresas que queiram se internacionalizar. Nesse cenário, o pesquisador destaca a posição do governo de Mato Grosso do Sul de estar atento às dinâmicas do novo corredor.

“O desafio para Porto Murtinho, nesse momento, é manter as externalidades positivas gerados pela construção da ponte (sobre o Rio Paraguai) e os acessos, que já movimentam a economia, e aproveitar as oportunidades comerciais que advirão com o fluxo de cargas e pessoas, que serão muito maiores”, avalia. “Tem o potencial turístico e o logístico, com os terminais portuários e o porto seco, e instalação de empresas visando novos mercados".