Justiça

Desembargador suspende compra bilionária de tanques pelo Exército

Magistrado diz que compra não faz sentido durante "tempos de paz"

5 DEZ 2022 • POR Pedro Molina • 14h41
Foto: Reprodução

O desembargador federal Wilson Alves de Souza, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), decidiu suspender, em caráter provisório, a compra de 98 blindados italianos pelo Exército Brasileiro.

Na decisão, o magistrado destaca que não existe nenhuma necessidade de o Brasil comprar equipamentos bélicos, dado o momento em que o país se encontra.

"Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a Covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento – e isso também é fato público e notório, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde", explicou.

O desembargador também destacou a “evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso” pela realização da compra de armas “em tempo de paz”, principalmente "em meio a cortes bilionários no orçamento público que totalizam R$ 5,7 bilhões, dos quais metade têm origem de cortes oriundos da Educação (R$ 1,435 bilhão) e Saúde (R$ 1,396 bilhão)".

O valor da compra dos veículos foi de cerca de 900 milhões de euros, que segundo o Exército, sairá cerca de R$ 3,3 bilhões, mas a ação aponta que o gasto pode ser de até R$ 5 bilhões.

 

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