Polícia

Rapaz torturou namorada com maçarico e lança-chamas improvisado por três dias

Vítima começou a ser mantida em cárcere privado após a comemoração de seu aniversário, no último sábado

30 JAN 2023 • POR Brenda Assis e Vinicius Costa • 21h47
Vinicius Costa/JD1 Notícias

“Ela foi torturada com maçarico, teve pés e mãos amarradas com fita silver tape, cabelo queimado... várias partes do corpo queimadas, incluindo sua região íntima”, detalha a delegada da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Larissa Serpa, sobre o caso da jovem mantida em cárcere por três dias dentro da casa do namorado no bairro Vila Almeida, em Campo Grande.

À reportagem do JD1 Notícias, a delegada contou ainda que o cárcere começou depois da comemoração do aniversário de 20 anos da vítima. No caminho até a residência do rapaz, os dois discutiram e as agressões teriam começado.

“A partir de então ele começou a mantê-la em cárcere. Confiscou seu celular, não a deixava acionar nenhum familiar, socorro ou força policial. Deu início também as sessões de tortura, onde ele utilizou maçarico, isqueiro com inseticida criando um lança-chamas, água quente entre outras formas de tortura”, explica.

Durante os três agoniantes dias, a jovem teve ainda seu cabelo, rosto, partes íntimas e pernas queimadas pelo então namorado. Juntos há mais de um ano, o casal também trabalhava na mesma empresa, hoje ao sair para o serviço enquanto mantinha a jovem presa, o autor esqueceu o celular.

Aproveitando o golpe de sorte, a vítima mandou mensagem para irmão que acionou as equipes policiais. “Quando a guarnição chegou ao local, ele negou e tentou ludibriar os policiais militares, mas por fim eles conseguiram entrar e socorrer ela da situação”, conta Larissa.

Todos os objetos indicados pela jovem usados para tortura-la foram apreendidos pela perícia. Entre eles estão o maçarico, uma faca usada para ameaças, facas, isqueiros e até mesmo um ferro de passar, usado para queimar a vítima.

Em estado de choque, ela foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde irá receber atenção médica antes de ir até a DEAM para prestar depoimento.

Considerando um crime “bem grave”, a delegada diz ainda que o caso será registrado como cárcere privado e tortura, pedindo inclusive a prisão preventiva do autor pelos crimes.