Polícia

Pai de Sophia relatou maus-tratos um ano antes da morte, mas desistiu da denúncia

De acordo com a polícia, não foi relatado investigação por parte do Conselho Tutelar na casa onde Sophia morava com os acusados

6 FEV 2023 • POR Sarah Chaves e Vinicius Costa • 10h05
Sophia morreu no dia 27 de janeiro - Reprodução/Rede Social

Durante investigações do caso que levou a morte de Sophia de Jesus por traumatismo após inúmeras agressões, a Polícia Civil ouviu o pai da criança que registrou o primeiro boletim de ocorrência por maus-tratos em 31 janeiro de 2022.

Apesar de suspeitar e registrar uma queixa com a avó como testemunha, o pai de Sophia em determinado momento não quis dar prosseguimento a denúncia, após audiência de conciliação, em outubro de 2022. No entanto, em novembro, ele voltou com a criança na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) e Sophia passou por depoimento especial.

Conforme a delegada Anne Karine da Depca, em depoimento, a menina não falou nada, só disse o nome e a idade. No entanto a família paterna disse que acreditava que a criança passava por maus-tratos, e requisitou exames de corpo de delito. “Em nenhum momento a criança foi encaminhada para fazer o exame de corpo de delito, no IMOL’, destacou a delegada. A Polícia indicou e solicitou, o exame, mas os responsáveis não compareceram.

Não foi solicitado por parte do pai de Sophia, medidas protetivas contra Sthepanie que foi novamente ouvida. A Polícia concluiu em 28 dias o segundo boletim de ocorrência registrado em novembro de 2022 encaminhando o inquérito para o Judiciário.

Ainda de acordo com a Polícia, não chegou nenhum relato do Conselho Tutelar, de averiguação do caso na casa onde Sophia morava com a mãe e o padrasto, nem mesmo quando a criança esteve com a perna quebrada.

Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, e Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos são acusados de terem espancado e assassinado a pequena Sophia. Tanto Christian, como Sthepanie estão respondendo pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável.