Justiça

Caso Sophia: Avó é denunciada por mentir dizendo não saber que a neta era agredida

Uma decisão do Ministério Publico irá instaurar um inquérito policial para investigar a prática de omissão e falso testemunho

19 ABR 2023 • POR Brenda Assis • 14h54
Avó da Sophia durante audiência de instrução - Brenda Leitte/JD1 Notícias

A avó da menina Sophia De Jesus Ocampo morta aos 2 anos de idade está sendo denunciada pelo MPMS (Ministério Público Estadual), por falso testemunho e omissão. O padrasto e a mãe da Sophia estão presos desde o dia 26 de janeiro, acusados pelo crime.

Procurada pela reportagem do JD1 Notícias, a advogada do pai da menina, Janice Andrade, contou que desde o dia da morte da menina, a avó vem mentindo ao dizer que desconhecia as agressões sofridas pela neta. “Ela foi omissa e mentiu para o juízo e para a polícia. No dia 26 de janeiro ela chamou o Jean dizendo que a Sophia estava sendo agredida. Foi quando ele denunciou, de novo, e [no mesmo dia] ela [avó] deu o testemunho negando tudo”, explica.

As mensagens encaminhadas para o pai de Sophia e também uma gravação de conversa entre os dois comprovam que, na verdade, a mulher sabia o que vinha acontecendo, contradizendo a versão apresentada durante depoimento à polícia e também na primeira audiência do caso, que aconteceu na segunda-feira (17).

“Ela não mede forças para bater na Sophia, toda criança faz arte e esses dias ela estava com roxo aqui, eu perguntei o que era, disse que a menina caiu e os roxos nas pernas e nos braços. Teve um dia que ela deu um tapa na Sophia na minha frente e eu quase voei em cima dela, ficou aquela mancha vermelha na menina e falei olha a tua força, ela fica nervosa e não tem paciência”, diz a avó um trecho da conversa gravado pelo pai da menina.

Em um trecho do texto, o áudio é citado pelo promotor, fortalecendo o argumento de que ela estaria faltando com a verdade ao afirmar não saber que a neta era vítima de violência. “De fato, o link de acesso à mídia onde há uma gravação de um diálogo, onde a senhora teria relatado que a neta sofria reiteradas agressões, contradizendo seu depoimento prestado perante a autoridade policial fornece indícios de que a mesma teria faltado com a verdade, sendo necessário a instauração de inquérito policial para apuração dos fatos”.

Agora, com a decisão do MP assinada pelo promotor de Justiça, Wilson Canci Júnior, um inquérito policial será instaurado para investigar a prática de falso testemunho e também da omissão por parte da avó.