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"Perde a função natural", diz Tenente da Ambiental sobre criar animais silvestres

Coronel Queiroz esclareceu quais são os pontos limites e permitidos para esses casos

3 MAI 2023 • POR Taynara Menezes • 17h54
Imagem Ilustrativa - Foto: Reprodução Internet

Com a repercussão do caso da capivara Filó, criada pelo influencer Agenor Tupinambá, uma série de questionamentos vem à tona. Qual o limite do homem em relação aos animais silvestres, o que, de fato, a lei permite dentro desse contexto?

Esses fatores foram esclarecidos pelo Tenente Coronel Ednilson Queiroz, da Polícia Militar Ambiental da Capital, apesar da comoção gerada, nacionalmente, Queiroz já destaca que criando animais como este o ciclo da natureza é interrompido.

“A partir do momento que um animal silvestre é criado como doméstico, ele perde a sua função natural, seja ele um predador de topo, seu papel é manter o equilíbrio, claro, nesse caso causa muita comoção, porque tava protegida, mas a própria natureza se protege e é assim que funciona. A natureza é para servir ao homem como equilíbrio e não com animais”, pontuou.

Conforme o Tenente, criar animais silvestres em casa sem autorização de um órgão ambiental, é crime, independentemente de qual animal seja, a pena pode chegar até 1 ano e meio, se o bicho estiver na lista de espécie em extinção a multa já pode atingir R$ 5 mil.

“Nossa orientação é para que as pessoas não tenham um animal silvestre, porque quando tem, começa alimentar o tráfico que é um dos grandes problemas relativos à fauna e, além disso, pode estar trazendo doença”, esclareceu.

Embora a lei seja rigorosa, ainda sim é rotineiro caso como este, segundo Queiroz, foi necessário o órgão ambiental criar categorias de permissão para criadores.

“Devido aos riscos as leis são criadas, mas como as pessoas não deixavam de criar animais foi criada categorias onde você pode criar animais da fauna, desde que tenha autorização do órgão ambiental”, salientou.

O órgão ainda autoriza criadores, legalizando esse comércio na tentativa de diminuir o tráfico. “Quando se permite essa criação legalizada diminui o esforço de tráfico e, consequentemente, diminuem-se os riscos de doenças que podem advir desses animais, tem gente que compra arara legalizada, até serpentes existem para esse tipo de comércio”, reforçou.

Em relação aos animais silvestres que aparecem em casas, o coronel orienta que o morador entre em contato imediatamente com um órgão competente.

“O órgão levará para o Centro de Reabilitação para examinar esse animal e, se for o caso, ensinar a viver na natureza, para que ele cumpra o seu papel de reprodução das espécies, evitando extinção e mantendo o equilíbrio da fauna”, concluiu.