Polícia

Monopólio do jogo do bicho na Capital era ponto crucial da operação do Gaeco

Investigação apontou que organização criminosa tinha 'entrada' em órgãos de segurança pública

5 DEZ 2023 • POR Luiz Vinicius • 11h22
Presos foram levados para a sede do Garras - Brenda Assis

A 'Operação Successione', deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) na manhã desta terça-feira (5), tinha como principal ponto uma organização criminosa que disputa o monopólio do jogo do bicho em Campo Grande.

Contando com apoio do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e do Batalhão do Choque, a ofensiva cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão na capital sul-mato-grossense e em Ponta Porã.

O Ministério Público apontou que a investigação revelou a atuação de uma organização criminosa que cometia roubos praticados a luz do dia, sempre armados e com várias pessoas para aumentar seu monopólio no jogo do bicho.

"As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade", diz trecho da nota publicada pelo Ministério Público.

Conforme noticiado anteriormente pelo JD1 Notícias, quatro pessoas foram presas, além de dois policiais militares, todos encaminhados para a sede do Garras inicialmente. Posteriormente, os quatro envolvidos iriam para a sede do Gaeco, enquanto os militares seguiriam para o Presídio Militar.

Entre os presos estaria um assessor do deputado estadual Neno Razuk (PL). As outras três pessoas não tiveram suas profissões e qualificações divulgadas até o momento. 

Em relação ao deputado estadual, segundo apurado pela reportagem com uma pessoa ligada à investigação, um mandado de busca e apreensão contra ele foi cumprido nesta manhã. A assessoria se manifestou e afirmou que "assim que possível será feita uma nota oficial".

O nome da operação faz alusão à disputa pela sucessão do controle do "jogo do bicho" em Campo Grande, com a chegada de outros grupos criminosos que migraram para a capital após a "Operação Omertà".