Polícia

Delação de rolo em Sidrolândia vira "barril de pólvora"

Pregoeira de prefeitura deve "abrir o bico" e escândalo atingir outras frentes

10 ABR 2024 • POR Vinícius Santos • 09h22
Sede do Gaeco - MPMS - Reprodução/Investiga MS

Ana Cláudia Alves Flores, servidora pública e pregoeira de Sidrolândia, foi presa na Operação Tromper, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) através da Gaeco. Ela decidiu fazer uma delação premiada, que pode implicar mais pessoas nas investigações de corrupção e desvio de dinheiro público. .

O advogado de Ana Cláudia, David Moura de Olindo, confirmou a tentativa de acordo, mas ainda não sabe se as investigações podem atingir o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de Mato Grosso do Sul (Central/MS), no qual Campo Grande participa. Ana Claudia já atuou em licitações no consórcio.

O advogado, ao ser questionado pela reportagem, ofereceu respostas sucintas e neutras, abstendo-se de entrar em detalhes sobre o conteúdo da delação.  

"Não sei, pois essa questão de consórcio e coisa recente", pontuou David Moura

O consórcio é formado por Campo Grande, Sidrolândia, Dois Irmãos, Terenos e Jaraguari. Peguntado sobre as provas colhidas pelo MPMS, o advogado afirmou que não há irregularidades nas provas apontadas pelo MPMS contra Ana Cláudia e os outros suspeitos, pois a operação é um desdobramento de investigações anteriores.

Vereador - Na Operação Tromper também foi preso o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), que é genro da chefe do executivo de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP). Ana Cláudia foi exonerada após a operação. O advogado afirmou que a delação de Ana Cláudia pode não afetar a prefeita.

"Pra mim a Ana Cláudia não disse nada nesse sentido", disse. 

Liberdade Negada - O advogado ingressou com um pedido de liberdade para Ana Cláudia, mas o juízo de primeiro grau negou a solicitação. Ele afirmou que entrará com um habeas corpus (HC) em favor de sua cliente, que será analisado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Enquanto isso, ela permanece presa.

O que é delação? A delação premiada é um acordo judicial que permite que presos colaborem com as investigações em troca de benefícios, como redução de pena ou perdão judicial. Conforme a Lei de Organização Criminosa (12.850 de 2013), o acordo pode ser oferecido pelo Ministério Público ou por delegados de polícia, desde que seja aprovado pelo MP. A decisão final sobre a homologação do acordo cabe ao juiz responsável pelo processo.

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