Mudança em investigações de homicídios desafogará delegacias de área em Campo Grande
Polícia detalha que em alguns casos, delegados contam com mais de 300 inquéritos para serem resolvidos
10 ABR 2024 • POR Luiz Vinicius e Brenda Assis • 09h40A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul trouxe detalhes sobre a mudança na portaria que define as investigações de crimes, que passam a ser direcionados para a DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa). A medida deve desafogar delegacias de área e principalmente delegados que possuem inúmeros inquéritos para serem resolvidos.
Conforme o delegado-geral Roberto Gurgel Filho, existem delegados que contam com mais de 300 inquérito e alguns deles parados, como em casos que envolvem a Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente) e a 5° Delegacia de Polícia Civil, que detém a maior área de cobertura da cidade.
"Existindo um aumento da demanda, o conselho vai se organizar para atender isso. Os delegados da DHPP são os que menos tem casos nas mãos, hoje com cerca de 48 inquéritos. Se aumentar, chega no máximo a 60 inquéritos", pontuou o delegado.
Na coletiva de imprensa desta quarta-feira (10), Gurgel explicou que homicídios sem autoria definida serão encaminhados diretamente para a DHPP, enquanto as especializadas e de área seguirão com as execuções já com autorida definida nos primeiros momentos de investigação.
Em relação aos confrontos em decorrência de intervenção a oposição policial, feita por equipes da Polícia Civil, as investigações também passam a ser conduzidas pela DHPP. Os confrontos que envolverem policiais militares ficarão a parte da corregedoria da corporação militar, por não ter determinação legal do Supremo.
Roberto pontuou que casos de 'morte a esclarecer' também passarão por um pente fino. Caso a investigação não aponta causa certa, como morte natural ou morte violenta, a delegacia de área passa a trabalhar na resolução para identificar se houve um homicídio.
O delegado-geral também trouxe números para exemplificar a mudança. Em Campo Grande, no ano passado, houveram 114 homicídios dolosos e 37% tiveram atuação da DHPP para resolução do inquérito, enquanto houve 183 homicídios na forma tentada, no que 43% contaram com a participação da delegacia na resolução do crime.