País será ressarcido em históricos R$ 500 mi na Lava Jato
10 NOV 2014 • POR Via Terra • 11h35Paulo Roberto Costa em depoimento à CPI da Petrobras. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Pelo menos R$ 500 milhões devem retornar aos cofres públicos do país, com acordos de delação premiada e colaboração formalizados entre o Ministério Público Federal e os réus da operação Lava jato, que investiga o esquema de corrupção, desvios de recursos e pagamento de propinas na Petrobras. As informações foram divulgadas nesse domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo.Segundo a publicação, um grupo de dez pessoas decidiu colaborar com as investigações. O valor de meio bilhão de reais é o maior já devolvido aos cofres públicos na história do país. O montante corresponde a 11 vezes tudo o que já foi ressarcido desde 2004, quando o Ministério da Justiça criou um órgão específico para tratar da recuperação de ativos.
Nessa conta não entra o quanto os políticos a quem supostamente o esquema beneficiava teriam recebido de propina. Segundo o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, a maior parte do dinheiro desviado era dividida entre três partidos políticos: PT, PP e PMDB. Supostamente, o PT ficava com até 3% do valor dos contratos de obras superfaturadas.
Costa prometeu devolver cerca de R$ 70 milhões – ele vai renunciar aos valores mantidos em contas bancárias e investimentos no exterior em seu nome e de familiares que totalizam US$ 25,8 milhões. O doleiro Alberto Youssef, considerado peça central do esquema de corrupção, se comprometeu a devolver aproximadamente R$ 55 milhões. Tais acordos foram feitos para diminuir o tempo de pena a qual eles serão condenados.
Além deles, o executivo Júlio Camargo – que agia em nome da Toyo Setal, empresa que tem contratos bilionários com a Petrobras – se comprometeu a devolver R$ 40 milhões. O empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, também da Toyo Setal, também fez acordo, mas ainda não se sabe o valor de ressarcimento que ele negociou. Os demais valores e acordos ainda não foram divulgados.