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Aos 8 anos, Manuela escreve livro contra o preconceito após sofrer bullying na escola

Estudante tenta inspirar outras crianças e adultos com sua obra; para ajudar nas despesas de publicação uma Vakinha também foi criada

27 MAI 2024 • POR Sarah Chaves • 10h55
Manuela de Ávila sempre foi incentivada pelos pais, a ler e escrever - Reprodução

Depois de sofrer bullying na escola quando tinha apenas 6 anos de idade em 2022, Manuela de Ávila Alvarenga decidiu colocar sua experiência no papel e deixar uma mensagem para outras crianças. Aos 8 anos, a estudante irá lançar seu livro. "O preconceito do gato preto", como forma de conscientizar as pessoas.

Manuela que sempre foi incentivada pelos pais a ler e escrever, tem paixão por se expressar através das palavras. “Quando ela foi alfabetizada, ela não podia ver um pedaço de papel que já estava escrevendo. Ela escrevia cartas para as avós, para mim, para o pai dela. Ela vivia escrevendo, bastava ver um pedaço de papel. Ela sempre gostou. Tanto que essa história que ela escreveu não foi a primeira”, contou a mãe, Quemili de Ávila.

O caso de bullying sofrido em 2022 foi descoberto quando a mãe arrumava Manuela para ir a escola e a menina decidiu contar sobre a situação, no qual os colegas a apelidaram por ser baixinha. “Entrei em contato com a escola, com a coordenação, para que isso fosse resolvido. Junto à coordenação, conseguimos resolver tudo. Logo em seguida, mudei ela de escola”.

A ideia do livro partiu da própria Manuela que chegou para a mãe com o esboço pronto usando uma história lúdica de dois gatinhos, um preto e um branco para tentar fazer a mensagem contra o preconceito, chegar às pessoas. “Ela disse para mim que um dia, quando ela foi para a casa da avó dela, ela viu um pedacinho do jornal onde mostrava que duas meninas negras não podiam falar por conta da sua cor, ela lembrou que o sentimento que ela tinha de tristeza quando ela sofreu o bullying, foi o mesmo quando ela viu aquela matéria ali. Então quando ela aprendeu a escrever, ela passou tudo para o papel, foi onde ela escreveu o livro", explica a mãe.

"Eu fiquei extremamente orgulhosa dela, porque a gente vê tantas crianças, pessoas adultas que sofrem isso e não conseguem, lidar com esse sentimento e até mesmo colocar para fora e acaba em tragédia".

Quando a filha pediu para que o livro fosse publicado, a mãe conversou com um amigo da família que já tinha lançado uma obra, e ele se prontificou a ajudar. “Isso aconteceu no sábado à noite, essa conversa. Na segunda-feira ele estava lá na editora, me ligando, pedindo todos os dados da Manuela para a gente publicar o livro. Ele é coordenador do Coletivo de Cultura da CP e me deu um apoio muito grande”.

Em entrevista o PodPrô, a pequena Manuela afirma estar realizando um sonho. "Esse livro é para inspirar as pessoas a não fazerem mais preconceito e nenhum tipo de  bullying".

O livro será lançado em evento aberto ao público no dia 21 de junho, às 19h, na ACP do Centro, localizada na Rua 7 de Setembro. 

A Vakinha para quem quiser contribuir para auxiliar nas despesas de publicação e divulgação pode ser acessada no link.