Governo e TJMS inauguram escola revitalizada com mão de obra prisional em Campo Grande
Esta é a 16ª escola reformada com a força de trabalho de internos do regime semiaberto
8 MAI 2025 • POR Brenda Assis • 18h41
O governo de Mato Grosso do Sul, em parceria com o Tribunal de Justiça, irá inaugurar a reforma da Escola Estadual Professora Delmira Ramos, localizada na rua dos Recifes, nº 371, no bairro Coophavila II, em Campo Grande. As obras foram realizadas por detentos da Capital, como forma de ressocialização. A inauguração está marcada para acontecer no dia 12 de maio, às 10h.
A unidade escolar passou por uma transformação completa dentro do programa “Revitalizando a Educação com Liberdade”, que une a promoção da cidadania à melhoria da infraestrutura da rede pública. Esta é a 16ª escola reformada com a força de trabalho de internos do regime semiaberto.
Com investimento de R$ 650 mil, as obras iniciadas em 5 de dezembro de 2024 contemplaram melhorias essenciais, como reforma do telhado, banheiros, instalação de novos forros, pintura geral, reestruturação hidráulica, elétrica e modernização da cozinha e despensa. A escola, que atende cerca de 300 alunos do 4º ao 9º ano em período integral, também recebeu novo paisagismo, bancos de alvenaria no pátio, cobertura na entrada e adaptação para acessibilidade.
O diferencial do projeto está no protagonismo de 25 internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, que atuaram diretamente na execução das obras, desempenhando funções como pedreiros, eletricistas, pintores e serralheiros. Cada reeducando recebe salário pelo trabalho, com 10% revertido à aquisição de materiais para futuras reformas escolares, numa iniciativa que fortalece o ciclo virtuoso da educação com responsabilidade social.
“Nosso objetivo é transformar presos em trabalhadores. Essa iniciativa proporciona não só melhorias estruturais para as escolas, mas também oportunidades concretas de reinserção social”, destacou o juiz Albino Coimbra Neto, titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, durante vistoria técnica às obras.
Para o diretor do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Ricardo Teixeira de Brito, a ação vai além da profissionalização: “Essa é uma oportunidade real de aprendizado em áreas como elétrica, pintura e alvenaria. Estamos contribuindo para que esses homens reconstruam suas vidas com dignidade.”
A diretora da escola, Gigliola Vince, celebrou a transformação da unidade e o impacto direto no ensino: “A estrutura da escola influencia diretamente na qualidade da aprendizagem. Com espaços adequados e confortáveis, nossos alunos ganham muito mais do que paredes renovadas – ganham um ambiente propício ao desenvolvimento.”
A ação é fruto de uma articulação entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o Tribunal de Justiça de MS, por meio da 2ª VEP de Campo Grande, e a Secretaria Estadual de Educação.