JD1TV: Advogado preso em MS por golpes com nome de pessoas mortas é levado pra RS
Ele estava com mandado de prisão em aberto desde o dia 9 e tentava fugir para o Paraguai
16 MAI 2025 • POR Luiz Vinicius • 10h23
O advogado Daniel Fernando Nardon, de 46 anos, preso em Dourados nesta quinta-feira (15), foi transferido durante a madrugada desta sexta-feira (16) para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde estava sendo investigado por golpes usando procurações de pessoas já falecidas ou em estado vegetativo.
A prisão foi feita pela Polícia Rodoviária Federal, em uma ação conjunta com a Polícia Civil do estado gaúcho. Ele estava com um mandado de prisão desde o dia 9 de maio.
Segundo o site Ligado da Notícia, a suspeita é que o advogado estivesse tentando fugir para o Paraguai. Ele foi conduzido para a delegacia de Dourados, mas depois, transferido com apoio da PRF para Porto Alegre.
O advogado é um dos principais investigados na Operação Malus Doctor, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em 7 de maio. A operação mira 14 pessoas, entre elas nove advogados, suspeitos de envolvimento em um esquema de “advocacia predatória” que pode ter causado prejuízos superiores a R$ 50 milhões.
Mesmo foragido, no início desta semana a 1ª Vara Regional de Garantias de Porto Alegre determinou a apreensão do passaporte de Nardon. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) suspendeu preventivamente seu registro profissional, alegando a gravidade dos fatos e a necessidade de preservar a integridade da advocacia.
Segundo a investigação, Nardon ingressava com ações judiciais contra instituições financeiras alegando irregularidades em contratos bancários, utilizando procurações de pessoas já falecidas — em pelo menos um caso, o cliente havia morrido dois meses antes da suposta assinatura. O advogado afirmou não saber do falecimento.
A polícia identificou diversos processos semelhantes, todos tramitando na comarca de Porto Alegre. Em um único dia, Nardon chegou a protocolar 581 ações. No total, os investigadores contabilizaram mais de 145 mil processos no Rio Grande do Sul e outros 30 mil em São Paulo, relacionados ao grupo.