Pais deixam bebê em boca de fumo para quitar dívida de R$ 150 em drogas
A criança foi registrada por familiares e está recebendo todo auxilio necessário
22 MAI 2025 • POR Brenda Assis • 14h51
Um bebê, de 1 ano e 2 meses, que foi deixado em uma boca de fumo como garantia de pagamento de uma dívida de R$ 150. O caso aconteceu em Sarandi, no norte do Paraná.
À RPC, o tio-avô do menino contou que, quando soube da situação, foi atrás da mãe da criança para saber o que havia acontecido. Depois na confirmação, ele e outros familiares tentaram descobrir onde era a boca de fumo para fazer o resgate.
"Peguei meu carro, fui dar uma volta na vila e encontrei ela. Eu conversei e tentei saber o que estava acontecendo e ela chorou e disse que tinha feito uma besteira. Ela falou que tinha deixado um dos meninos com a avó e o outro tinha deixado num lugar não apropriado por uma quantia que tinha ficado devendo. A gente foi levantar onde era esse lugar, até que a irmã dela foi lá e resgatou o bebê e me entregou", contou o tio-avô.
O caso foi comunicado pelos tios-avós da criança ao Conselho Tutelar de Sarandi no mesmo dia em que ela foi regatada.
De acordo com o conselheiro Valdir Costa, os tios relataram que tiveram dificuldade de retirar a criança da posse dos traficantes. Contudo, após diversas tentativas, conseguiram retirá-la à força e sem pagar a dívida.
Eles ainda contaram que os pais do bebê são usuários de droga e vivem nas ruas de Sarandi. O casal ainda tem outros dois filhos de 6 e 11 anos, que são cuidados pela avó.
O tio-avô, de 56 anos, contou que recebeu a criança fragilizada e com um machucado nas orelhas. O tio-avô do bebê esclareceu que a situação ocorreu há duas semanas. Segundo ele, a criança está bem agora e fará acompanhamento com pediatra.
O homem explicou ainda que mesmo passando por dificuldades financeiras, não pensou duas vezes em ficar com o menino ao se deparar com o caso. Ele trabalhava como motorista de caminhão, mas contou que teve que ser afastado após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). No momento, a renda da família é formada pelo auxílio-saúde que ele recebe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pelas diárias da esposa, que trabalha na área da limpeza. Ele diz que tem priorizado as despesas com o bebê e deixado algumas contas para trás.
"A gente tá se virando como pode. Eu vou ajudar ele, com certeza. Mas ele não tem noção do bem que ele está me fazendo. Quero só a segurança de que ninguém vai chegar aqui amanhã ou depois e vai levar ele embora e privar do que a gente tem pra oferece pra ele, que é muito amor e muito carinho", desabafou.
À RPC, o tio-avô disse que já manifestou o interesse de ficar com a guarda definitiva do sobrinho. De acordo com o Conselho Tutelar de Sarandi, foi elaborado um termo de responsabilidade aos tios-avós para que fiquem com a guarda provisória do bebê. A Vara da Infância e do Adolescente também foi comunicada para dar início ao procedimento que vai decidir para quem será dada a guarda definitiva da criança.
asda