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Padaria da Liberdade: Com 1 milhão de pães doados, internos são "protagonistas da ressocialização"

O Senac oferece a qualificação profissional para os internos na produção da padaria e mais de 20 instituições são atendidas na Capital

23 JUN 2025 • POR Sarah Chaves • 12h22
Reeducandos recebem certificação do Senac - Sarah Chaves/JD1

A integração na contribuição na ressocialização e atendimento as pessoas em situação de vulnerabilidade social marcam o trabalho da Padaria da Liberdade que comemora nesta segunda-feira (23), a marca de 1 milhão de pães doados a instituições sem fins lucrativos.
 
Fomentada pelo Tribunal de Justiça de MS em parceria com o Sesc MS, por meio do programa Sesc Mesa Brasil, a Padaria da Liberdade foi idealizada pelo juiz Albino Coimbra Neto em 2021, demonstra como o trabalho prisional pode contribuir para a inclusão social e a cidadania. "A diferença desse trabalho é que quando colocamos a possibilidade de doação de alimentos para o próprio preso é um significado diferente. Eles passam a ser protagonistas da sua própria ressocialização, na medida em que faz um trabalho de extrema relevância social".

Ricardo Teixeira de Brito, policial penal diretor do Centro Penal Agroindusttual da Gameleira, explicou que a escolha dos reeducandos para o trabalho laboral é minuciosa, se tratando da delicadeza do tema. "Temos várias atividades internas e esses projetos que têm um cuidado maior a seleção é mais aprimorada, passa pela chefia da unidade, passa pelos setor jurídico,  porque vai consultar pena e crime e o comportamento, enquanto esse interno esteve preso. É     uma filtragem diferenciada considerando o lugar que eles vão trabalhar".

Já as instituições atendidas são as que fazem parte do Programa Mesa Brasil. Conforme dados da Fecomércio, são 1.500 pães produzidos ao dia, chegando a 2,5 milhões, sendo que destes, 1 milhão foram doados. O Senac oferece a qualificação profissional para os internos na produção da padaria e mais de 20 instituições são atendidas na Capital.

O maquinário para a produção, foi adquirido com 10% do salário do interno. A medida proporciona remissão de pena de 1 dia, a cada três dias trabalhados e o reeducando recebe um salário mínimo.

"E essas vão entrar na bolsa de pessoas qualificadas e aptas para entrar no mercado de trabalho que nós mesmos nos encarregamos de colocá-las.  É um projeto amplo e que todo mundo está sendo beneficiado. Desse um milhão de pães que foi produzido até então, nós distribuímos através da Mesa Brasil, do Sesc, mais ou menos dois terços dessa produção. Então, eu acho que nós estamos fazendo o nosso papel", concluiu Edson Araújo, presidente da Fecomércio.