Lula contraria Itamaraty e determina traslado do corpo de brasileira morta em vulcão na Indonésia
Ministério das Relações Exteriores do Brasil havia dito que transporte do corpo de Juliana Marins não poderia ser custeado pelo governo
26 JUN 2025 • POR Carla Andréa, com CNN • 14h40O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na tarde desta quinta-feira (26), que determinou o traslado do corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia.
A medida contraria posicionamento anterior do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que havia informado que o governo federal não poderia arcar com os custos do procedimento.
Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou ter conversado com Manoel Marins, pai de Juliana, para prestar solidariedade. A decisão tem respaldo em brechas da legislação consular brasileira e seria amparada por prerrogativas presidenciais.
Apesar do anúncio, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência não esclareceu quais são os fundamentos jurídicos que viabilizam o custeio público do traslado, nem forneceu detalhes sobre como será realizado o procedimento.
Na quarta-feira (25), o Itamaraty havia declarado que, conforme o § 1º do artigo 257 do Decreto 9.199/2017, o custeio do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior é de responsabilidade da família.
O dispositivo legal afirma que a assistência consular não abrange despesas com sepultamento ou transporte de restos mortais, limitando-se ao acompanhamento e apoio em casos de falecimento.
O caso
Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), foi encontrada morta na última terça-feira (24), quatro dias após desaparecer durante uma trilha no monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, na Indonésia.
A jovem, que era publicitária formada pela UFRJ e dançarina de pole dance, realizava um mochilão pela Ásia desde fevereiro, passando por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Segundo relatos da família, Juliana sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros durante a trilha, feita ao lado de uma amiga. Inicialmente, ela ainda apresentava sinais de movimento nos braços.
Turistas chegaram a avistá-la horas depois do acidente e informaram sua localização à família, enviando vídeos e imagens do local.
Os relatos apontam que Juliana permaneceu sem resgate por quase quatro dias, sendo vista por drones em diferentes pontos da encosta, escorregando montanha abaixo. O corpo foi localizado a cerca de 650 metros de distância do ponto inicial da queda, já sem vida.
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