Política

Cotado para o Governo, Fábio Trad deixa o PSD, "para ter mais liberdade"

"Hoje, ou se é cúmplice do extremismo de direita, ou se está ao lado do Estado Democrático de Direito", se posicionou

3 JUL 2025 • POR Sarah Chaves • 09h22
Fábio Trad - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Contrário ao Bolsonarismo e aos ideais da direita conservadora, o ex-deputado federal, Fábio Trad, deixou o PSD, comandado por Nelsinho Trad em Mato Grosso do Sul, alegando que apesar das divergências, sempre valorizou os companheiros de legenda e o presidente, Gilberto Kassab. "Saio do PSD para ter mais liberdade, o que às vezes está fora da política partidária, é a melhor forma de servir ao país".

No âmbito nacional e estadual o PSD ensaia aproximação com o PSDB, inclusive com convites feitos por Kassab para que o governador Eduardo Riedel se filiasse ao partido de direita que abrigaria novos bolsonaristas.

Enquanto isso, Fábio Trad foi cotado pelo PT para disputar um cargo, ou no Senado, caso Riedel não apoiasse uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores, como é o caso do deputado federal Vander Loubet, ou para a disputa ao Governo do Estado.

Ao anunciar sua saída do PSD na tarde de ontem (2), Fábio Trad falou sobre o desaparecimento do ‘centro’, destacando que atualmente restou apenas os extremos “esquerda ou direita”.

“Há momentos em que o contexto político exige escolhas claras. O mundo mudou, o Brasil também. Após a ascensão de Donald Trump e a rearticulação das forças políticas no país, o espaço para o espectro do centro estreitou-se até desaparecer. Hoje, ou se é cúmplice do extremismo de direita, ou se está ao lado do Estado Democrático de Direito. Eu escolho a democracia com clareza e sem ambiguidades. Entre justiça tributária e cortes sociais, eu fico com a taxação dos bilionários. Entre a fé usada como negócio político e o Estado laico, eu fico com respeito a todos os credos. Entre uma responsabilidade fiscal que castiga os pobres e outra que cobra dos privilegiados, escolho a justiça social. Entre o saudosismo autoritário e o sonho de um Brasil autenticamente democrático, eu fico com os ideais daqueles que foram vítimas da ditadura. Saio do PSD para ter mais liberdade, o que às vezes está fora da política partidária, é a melhor forma de servir ao país”.