Economia

Dívida da Venezuela com o Brasil ultrapassa R$ 10,3 bilhões

Calote se arrasta há mais de 7 anos e segue sem previsão de pagamento

5 JUL 2025 • POR Carla Andréa, com CNN • 15h50
Lula e Maduro durante encontro da Unasul em Brasília - REUTERS/Ueslei Marcelino

A dívida da Venezuela com o Brasil já ultrapassa R$ 10,3 bilhões e continua crescendo, sem qualquer perspectiva de quitação.

Desde que o país governado por Nicolás Maduro se tornou inadimplente, em 2018, os juros de mora já somam mais de R$ 2,7 bilhões, segundo dados do Ministério da Fazenda atualizados até 28 de fevereiro de 2025.

O valor corresponde a indenizações pagas pela União a bancos que financiaram exportações brasileiras ao país vizinho, muitas delas voltadas a grandes obras de infraestrutura, como metrôs, estaleiros e siderúrgicas.

Esses financiamentos estavam assegurados pelo Seguro de Crédito à Exportação (SCE), operado pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

Apesar do montante já registrado oficialmente, o passivo total pode ser ainda maior. Estimativas apontam que a dívida da Venezuela com o Brasil pode alcançar até US$ 2,5 bilhões, ou cerca de R$ 12 bilhões, considerando a cotação do dólar a R$ 5,42 no início de julho.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por parte dos financiamentos, informou que todos os valores não pagos pela Venezuela já foram indenizados pelo SCE e transferidos à União.

A última indenização foi feita em junho de 2025, e, desde então, a dívida continua crescendo, com destaque para os R$ 960,78 milhões acrescidos apenas nos dois primeiros meses do ano.

Governo Maduro ignora cobranças

Desde o início da inadimplência, a Venezuela não respondeu formalmente às cobranças feitas pelo governo brasileiro.

Segundo a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, os venezuelanos vêm sendo notificados por vias diplomáticas e comunicações diretas ao Ministério da Economia do país, mas não houve qualquer resposta ou sinal de negociação.

A pasta informou ainda que as dívidas estão sendo comunicadas a instituições como o Clube de Paris, embora esse tipo de ação tenha apenas caráter consultivo e sem força de cobrança direta.

O governo brasileiro também não pode, por lei, simplesmente perdoar a dívida, mas pode buscar uma reestruturação judicial, algo considerado difícil, devido ao controle do Judiciário venezuelano pelo regime de Maduro.

Apesar das tentativas diplomáticas e propostas de renegociação, o Ministério da Fazenda reconhece que não há prazo definido para o pagamento ou para uma eventual reestruturação da dívida venezuelana.

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