Brasil

Cheia histórica do Rio Negro afeta mais de 530 mil pessoas no Amazonas

Média dos rios no estado segue acima do normal para julho

5 JUL 2025 • POR Carla Andréa, com g1 • 17h55

Pela primeira vez desde 2014, o Rio Negro segue subindo em pleno mês de julho em Manaus, contrariando o padrão histórico de vazante neste período do ano.

Nesta sexta-feira (4), o nível do rio alcançou 29,04 metros, de acordo com a medição do Porto da capital. Embora o volume impressione, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) não acredita que a cheia ultrapasse o recorde histórico de 30,02 metros, registrado em 2021.

Além de Manaus, os níveis dos rios continuam elevados em diversos municípios do estado, como Itacoatiara, Manacapuru e Parintins.

Até o momento, 40 das 62 cidades do Amazonas estão em situação de emergência devido à cheia prolongada, que já impactou diretamente mais de 530 mil pessoas.

O comportamento atual dos rios é semelhante ao observado em anos como 2014 e 2009, quando a cheia também se prolongou até julho. 

Veja as cotas atuais dos rios em alguns municípios afetados:

Manaus (Rio Negro): 29,04 m | Mínima de 12,11 m em 2024

Manacapuru (Rio Solimões): 19,75 m | Mínima de 2,06 m em 2024

Itacoatiara (Rio Amazonas): 14,42 m | Mínima de -0,14 m em 2024

Parintins (Baixo Amazonas): 8,42 m | Mínima de -2,68 m em 2024

Fonte Boa (Médio Solimões): 21,57 m | Mínima de 7,12 m em 2024

Impactos e resposta emergencial

Segundo o boletim mais recente do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, 133.711 famílias foram diretamente afetadas pela cheia. Dos 62 municípios do Amazonas:

O governo estadual já distribuiu 580 toneladas de cestas básicas, 2.450 caixas d’água, 57 mil copos de água potável e instalou 10 kits purificadores de água, além de uma Estação de Tratamento Móvel (Etam).

Na educação, 444 alunos em quatro municípios — Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini — estão com aulas remotas pelo programa “Aula em Casa”.

Ações em Manaus

Na capital, bairros como Educandos, São Jorge, Matinha, Presidente Vargas e Mauazinho estão entre os mais atingidos. A prefeitura já construiu mais de 800 metros de pontes provisórias para garantir o acesso da população a escolas, igrejas e serviços essenciais.

Também está prevista para a próxima semana a distribuição de cestas básicas, kits de higiene e água potável. Apesar do avanço das águas, não há necessidade de remoção de moradores neste momento, segundo a Defesa Civil municipal.

No campo ambiental, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) já retirou 2.559 toneladas de lixo entre janeiro e maio, e interceptou outras 1.359 toneladas com ecobarreiras para evitar a contaminação dos igarapés e do Rio Negro.

JD1 No Celular

Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.

Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.