SUS vai oferecer novos tratamentos para endometriose
O dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel e o desogestrel devem estar disponíveis até o fim do ano
9 JUL 2025 • POR Sarah Chaves, com informações do G1 • 12h52Ainda este ano o dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel que impedem o crescimento do endométrio fora do útero devem estar disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A portaria publicada em 30 de maio estabelece que o SUS viabilize os tratamentos em até 180 dias.
O dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel é indicado para mulheres com contraindicação ao uso de contraceptivos orais combinados (COCs). Como sua troca é necessária apenas a cada cinco anos, favorece a adesão ao tratamento e pode melhorar a qualidade de vida das pacientes.
O Desogestrel: é um anticoncepcional hormonal que atua principalmente inibindo a ovulação. Ao bloquear a atividade hormonal, ajuda a impedir o crescimento do endométrio fora do útero. Pode ser prescrito já na fase de avaliação clínica, antes mesmo da confirmação diagnóstica por exames de imagem.
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que acontece quando tecido semelhante ao endométrio — a camada que reveste o útero por dentro — cresce fora do útero, podendo se implantar nos ovários, trompas, bexiga, intestino, diafragma e até em locais mais distantes, como os pulmões.
O tecido reage ao ciclo menstrual: engrossa, sangra e inflama, mas não tem por onde sair, o que causa dor, inflamação e, em alguns casos, infertilidade.
Os sintomas incluem cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, dores nas relações sexuais e sintomas intestinais e urinários. Também pode afetar a fertilidade da mulher.
A endometriose atinge entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva, segundo o Ministério da Saúde.
No mundo, o número fica em torno dos 10%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), totalizando mais de 190 milhões de pessoas.
Entre 2022 e 2024, o SUS viu um aumento de 30% na assistência ao diagnóstico da doença na Atenção Primária.
Na Atenção Especializada, os atendimentos cresceram 70%, passando de 31.729 em 2022 para 53.793 em 2024. Entre 2023 e 2024, foram registrados 85,5 mil atendimentos.
Os novos tratamentos estão autorizados apenas para casos de endometriose. Não há qualquer indicação de prescrição como métodos de prevenção à gestação.
Para contracepção, os medicamentos oferecidos gratuitamente pelo sistema de saúde são o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre, anticoncepcionais injetáveis, minipílula, pílula combinada, diafragma, pílula de emergência e preservativos masculinos e femininos.