Raro tubarão megaboca é encontrado em Sergipe
Com apenas 274 avistamentos em todo o mundo, animal agora está sendo estudado por pesquisadores
21 JUL 2025 • POR Carla Andréa • 17h09Um exemplar raro de tubarão da espécie Megachasma pelagios, conhecido como “tubarão megaboca”, foi encontrado encalhado na praia de Barra dos Coqueiros, em Sergipe, e agora está sendo estudado por cientistas brasileiros.
O animal, um macho com 4,63 metros de comprimento, foi resgatado e levado ao Oceanário de Aracaju, vinculado ao Museu da Fundação Projeto Tamar, onde permanece em processo de conservação e análise científica.
O tubarão megaboca é uma das espécies mais enigmáticas do oceano. Desde sua descoberta, em 1976, foram registrados apenas 274 avistamentos em todo o mundo, a maioria no oceano Pacífico.
Este é o quarto registro da espécie no Brasil e o primeiro no estado de Sergipe. Por estar em bom estado de conservação, os pesquisadores acreditam que o animal encalhou pouco tempo após morrer, o que aumenta o valor científico da descoberta.
Segundo reportagem de Carlos Madeiro, o espécime é um dos maiores já encontrados no oceano Atlântico e poderá ajudar os cientistas a compreender melhor a biologia e os hábitos da espécie, além de investigar a idade do animal, a causa da morte e como ele chegou à costa nordestina.
Registros anteriores no Brasil
O primeiro registro da espécie em território brasileiro ocorreu em setembro de 1995, quando um macho jovem de 1,9 metro foi pescado em águas oceânicas de São Paulo.
Em 2009, um macho adulto com 5,39 metros foi encontrado já em decomposição em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. O último avistamento antes do ocorrido em Sergipe foi em 2018, no litoral do Piauí, mas o corpo foi parcialmente consumido por pescadores antes que pudesse ser estudado.
Uma espécie misteriosa
O Megachasma pelagios é o único representante da família Megachasmidae. O nome popular “megaboca” refere-se à sua principal característica anatômica: uma boca desproporcionalmente grande, usada para capturar pequenos invertebrados, como camarões, águas-vivas e pequenos peixes.
Apesar de sua aparência incomum, o tubarão é totalmente inofensivo aos seres humanos.
Conforme explica o professor Cláudio Sampaio, do campus Penedo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a espécie habita águas profundas — de até 1.500 metros de profundidade — durante o dia e sobe para regiões mais rasas à noite, em busca de alimento.
Essa migração vertical pode levá-lo a nadar em profundidades menores que 50 metros.
Os machos da espécie podem medir entre 1,7 e 5,4 metros, enquanto as fêmeas atingem tamanhos ainda maiores, variando de 3,4 a 7,1 metros.
O exemplar encontrado em Sergipe está atualmente submerso em uma pequena piscina com formol, onde passará por um período de conservação antes de ser preparado para exposição no Oceanário de Aracaju.
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