Justiça

Sem trabalhar desde 2022, conselheiro do TCE-MS tenta garantir supersalário na Justiça

Defesa de Ronaldo Chadid quer reaver verbas cortadas, apesar dele não exercer mais as atribuições que geravam os pagamentos

23 JUL 2025 • POR Vinícius Santos • 09h36
Conselheiro Ronaldo Chadid está afastado da função pelo STJ - Foto: Departamento de Comunicação do TCE MS - Foto: Departamento de Comunicação do TCE MS

Afastado desde dezembro de 2022 por investigação de lavagem de dinheiro na Operação Terceirização de Ouro, o conselheiro Ronaldo Chadid, do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), briga na Justiça para voltar a receber o salário integral, mesmo sem exercer a função. A disputa pode garantir a ele mais de R$ 100 mil em remunerações retroativas.

De acordo com dados do Portal da Transparência, Chadid recebeu, em maio deste ano, R$ 31.233,99 líquidos. Ele alega uma redução de R$ 53.193,44 em relação ao que ele recebia antes do afastamento. Por isso, a defesa do conselheiro tenta reverter a decisão que suspendeu o pagamento de verbas relativas à "indenização de função de colegiado" e "indenização de função de direção".

Após derrota no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), a defesa pretende recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando violação de dispositivos legais e constitucionais. O argumento é de que o presidente do TCE-MS violou normas federais ao cortar as remunerações adicionais.

No entanto, o atual presidente do TCE-MS, conselheiro Flávio Esgaib Kayatt, seguiu o parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que sustenta que o conselheiro afastado não tem direito ao pagamento integral. 

O procurador Felipe de Quadro dos Santos Ramos afirmou que o recurso "não possui fundamento lógico ou jurídico", e que a decisão anterior foi baseada na jurisprudência e na Constituição Federal.

O Ministério Público Estadual também é contrário à pretensão de Chadid. O procurador de Justiça Belmires Soles Ribeiro destacou que o recurso "não merece seguimento" por contrariar súmulas consolidadas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.

No andamento mais recente do caso, o desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho intimou a defesa de Chadid a se manifestar sobre a inadequação do tipo de recurso apresentado. O prazo é de cinco dias. Até o momento, a manifestação ainda não foi registrada.

JD1 No Celular

Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.

Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.