Política

Flávio Bolsonaro pede impeachment de Alexandre de Moraes

Medidas cautelares impostas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro motivaram o pedido

23 JUL 2025 • POR Carla Andréa, com CNN • 16h39

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protocolou nesta quarta-feira (23) um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo ele, as medidas cautelares impostas por Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro configuram abuso de autoridade e censura, ao restringirem sua liberdade de expressão.

No pedido, Flávio afirma que a decisão que proíbe Bolsonaro de se manifestar nas redes sociais, direta ou indiretamente, além de entrevistas e declarações públicas, viola não apenas os direitos individuais do ex-presidente, mas também o direito da população de ter acesso às suas ideias.

Para o senador, a medida "desequilibra o ambiente democrático" e representa uma "supressão da arena pública de debate". O parlamentar também acusa Moraes de adotar uma postura política, incompatível com a função de julgador imparcial.

"O Ministro relator abandona sua posição constitucional de julgador para assumir protagonismo político, antecipando juízo de culpabilidade, censurando comunicações privadas inclusive entre pai e filho e tratando reuniões diplomáticas ordinárias como atos ilícitos ou suspeitos", afirma.

Flávio citou episódios do passado para argumentar que o STF agiu de forma diferente em situações semelhantes. Ele lembrou que, em 2016, a então presidente Dilma Rousseff discursou na ONU denunciando um suposto golpe, sem sofrer qualquer sanção do Judiciário.

Também mencionou o atual ministro Cristiano Zanin, que, enquanto advogado de Lula, viajou à Europa para denunciar perseguição judicial ao ex-presidente, sem sofrer restrições.

"O contraste é gritante", afirmou Flávio. "Se Lula, mesmo preso, teve assegurado o direito de expressar suas opiniões por que Jair Bolsonaro, em liberdade e sem condenação, é silenciado por decisão judicial?", questiona.

O senador concluiu que há um "critério ideológico seletivo" por parte da Suprema Corte. "Nas situações envolvendo Dilma e Lula, não houve censura, medidas cautelares ou imputações criminais. Já Bolsonaro é alvo de restrições que limitam seu direito de se manifestar, o que revela disparidade de tratamento baseada em posicionamento político", argumenta.

Até o momento, o Supremo Tribunal Federal não se manifestou sobre o pedido.

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