Brasil sai novamente do Mapa da Fome, segundo relatório da ONU
Após ter voltado ao Mapa em 2022, país é classificado fora da zona de insegurança alimentar grave
28 JUL 2025 • POR Carla Andréa, com g1 • 14h41O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome, de acordo com o relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025", divulgado nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o levantamento, menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subnutrição, o que retira o país da categoria de insegurança alimentar grave após três anos.
A divulgação oficial foi feita durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada em Adis Abeba, na Etiópia.
A nova classificação leva em conta a média dos dados entre 2022 e 2024, apontando melhora significativa em relação ao período anterior (2018 a 2020), quando o Brasil voltou a integrar a lista devido ao aumento da insegurança alimentar.
O Mapa da Fome é elaborado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e mede o acesso da população à alimentação suficiente para manter uma vida ativa e saudável.
A ONU considera desnutrida a pessoa que consome, de forma habitual, menos calorias e nutrientes do que o necessário.
Apesar do avanço, especialistas alertam que o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais para garantir segurança alimentar a toda a população.
Um dos principais pontos destacados é que, embora o país seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ainda há milhões de pessoas que não conseguem comprar comida suficiente. A queda do desemprego não tem sido suficiente para compensar a alta nos preços dos alimentos.
Há divergências entre especialistas quanto ao modelo de produção agropecuária. Parte dos analistas critica a ênfase na exportação, apontando a necessidade de reorientar a produção para atender melhor ao mercado interno.
Outros, no entanto, defendem que o atual modelo é capaz de abastecer tanto o mercado doméstico quanto o externo, e que o aumento da produção, por si só, não resolve a fome.
Outro fator de preocupação é o impacto das mudanças climáticas, apontadas como principal risco para o desabastecimento futuro. Além disso, o Brasil ainda possui regiões classificadas como desertos alimentares, áreas onde há pouca ou nenhuma oferta de alimentos saudáveis.
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